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Prefeitura de S.Caetano afasta guardas que estavam em greve
Bruno Ribeiro e João Guimarães
Especial para o Diário
24/11/2006 | 15:13
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A Prefeitura de São Caetano anunciou nesta sexta-feira o afastamento de 34 guardas municipais que estavam em greve. A categoria decidiu cruzar os braços na tarde de ontem, em protesto contra o afastamento do supervisor do turno da noite, Robson Andrei. O comando da Guarda argumentou que ele usou indevidamente um veículo da corporação para participar de uma manifestação por melhores condições de trabalho.

Segundo nota oficial da Prefeitura, esses 34 guardas permanecerão afastados até a conclusão de uma sindicância, por parte da Corregedoria da Guarda Civil Municipal, para averiguar se eles infringiram o estatuto da corporação ao paralisar as atividades.

Com a greve da categoria, a cidade ficou sem qualquer policiamento da Guarda. Na quinta-feira à noite, as oito guaritas fixas estavam vazias e as rondas nos 15 bairros de São Caetano foram suspensas.

Quanto ao supervisor afastado, ele disse não ter recebido qualquer explicação pela punição. “Estava trabalhando normalmente quando fui avisado pelo comandante (Balbo Santarelli) de que estava suspenso e mandaram entregar minha arma”, explicou.

Robson Andrei acredita que o motivo real da suspensão tenha sido uma represália, e não uma punição só pelo fato de ter usado o carro da Guarda. “Ele não gostou do ato que fizemos e precisava culpar alguém”, explica. “Infelizmente eu fui o escolhido”, diz.

Para o porta-voz do movimento da GCM, Odevaldo Teixeira, a punição é, além de injusta e arbitrária, estranha. Ele acredita que o comandante esteja sendo pressionado de alguma forma pela administração da cidade, pois a sua opinião nem sempre teria siso essa. “Antes de irmos até a Câmara para pedir melhores condições, conversei pessoalmente com o Balbo”, lembra. “Ele me garantiu que estávamos certos e me ofereceu o apoio”, diz.

Andrei se diz satisfeito com a paralisação. “Isso demonstra que somos unidos e não vamos tolerar este tipo de tratamento”, garante. O guarda Teixeira concorda, “Toda vez que alguém for punido injustamente, iremos tomar atitudes deste tipo”, garante.

Reivindicações – Na última terça-feira, o movimento de defesa dos GCM apresentou ao presidente da Câmara Municipal, Paulo Higino Bottura Ramos (PTB), um documento contendo uma série de reivindicações de melhorias em suas condições de trabalho.

Os guardas reivindicam, principalmente, equiparação salarial com outras Guardas da região. O salário de São Caetano é R$ 222,27 por mês, enquanto o de São Bernardo é R$ 914. Além disso, querem assistência médica, aumento na gratificação por risco de vida e plano de carreira.

Segundo a assessoria da Prefeitura, as reivindicações não serão atendidas em curto prazo devido ao Regime de Funcionalismo Único, que estabelece que se um setor público receber algum tipo de aumento, todos os outros setores têm, obrigatoriamente, de receber.




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