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Queda de inflação será mais lenta
22/11/2008 | 07:00
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O presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles, afirmou na sexta-feira, no Frankfurt European Banking Congress 2008, que o processo de queda na inflação nos países emergentes será mais lento do que nos países desenvolvidos, onde esse movimento facilita a atuação anticíclica da política monetária. "Enquanto a desinflação será rápida nas economias maduras, criando condições adequadas para ações de política monetária contra-cíclicas, nas economias emergentes a desinflação provavelmente será mais lenta", afirmou Meirelles.

Ele destacou que essa queda mais lenta na inflação nos países em desenvolvimento ocorrerá, particularmente, nos países em que as autoridades não atuaram preventivamente contra a escalada dos preços ou que não mantêm uma atitude de vigilância. "Em todo caso, o sistema de metas de inflação é o modelo mais adequado para coordenar as expectativas de inflação, particularmente em um ambiente de mercado com crescente incerteza", argumentou, destacando que isto vale para economias emergentes e também maduras.

Para Meirelles, cada país tem de agir de acordo com suas necessidades e recursos no enfrentamento da crise, considerando os diferentes tipos de impacto que ela está causando. "O importante aqui é estabelecer uma diferenciação clara entre estímulos fiscais, administração da liquidez e política monetária. A diferença entre os dois últimos não é muito clara para alguns observadores, mas é fundamental", afirmou.

"Em momentos de disfuncionalidade do mercado, flexibilizações monetárias algumas vezes não funcionam. É importante mencionar que em algumas circunstâncias a administração da liquidez é a questão fundamental", acrescentou, destacando que não se pode esquecer do controle da inflação, que é base para restaurar o crescimento.

Meirelles também sugeriu mudanças na forma de atuação do FMI (Fundo Monetário Internacional). Ele avaliou que um dos complicadores para o enfrentamento da atual crise é que o Fundo, por décadas, atuou focado em prevenir crises nos países emergentes. Agora, tornou-se mais importante que o FMI tenha foco em todas as economias.




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