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Antonucho e o campo do Ribeirão. Adnan, o vendedor de chuteiras. Contra Di Stéfano e Boby Moore.

Prossegue o bate-bola, tudo devidamente gravado em Memória. Adnan e Luiz Américo falam de campos de futebol, entrevistas, excursões e o dia em que enfrentaram duas lendas mundiais...

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
29/04/2022 | 05:52
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Pelos gramados do mundo

Luiz  Américo - Antonucho Grecco não era presidente, mas mandava mais que o presidente do Ribeirão Pires FC. Pra você entrar no gramado precisava pedir ordem a ele. O campo do Ribeirão Pires era uma coisa linda.

Adnan – Naquele tempo, em São Paulo, o Morumbi, o Pacaembu, tinham bons campos, mas era só. Diferente dos excelentes campos da Europa.

Luiz  Américo – Em Zurique fomos reconhecer o gramado. Só olhamos. Para treinar, tinha que ser o campo ao lado. Mesmo os campos de treinamento eram melhores que os nossos.

Adnan – O Real Madrid tinha cinco campos. O Estrela Vermelha tinha um baita campo de treinamento.

Luiz  Américo – A primeira entrevista que dei como jogador foi no Pacaembu, para o José Paulo de Andrade. Ele gostava do Luiz Carlos, de mim e do Luiz Antonio. Dizia: “esses três Luiz vão dar muitas alegrias ao Corinthians”. E olha que ele era são-paulino.

Adnan – Naquele tempo não se podia trocar camisa. Os uniformes eram lavados para o jogo seguinte.

Luiz  Américo – Mesmo assim consegui guardar duas camisas, uma do Corinthians e outra da Portuguesa.

Adnan – No Juventus, a gente usava aquela chuteira de trava, o campo era duro. Eu não aguentava. Uma vez eu peguei uma chuteira na nossa loja em Ribeirão Pires, com trava de borracha. Uma novidade. Foi ótimo.

- Traz uma dessas pra mim.

Todo mundo queria a tal chuteira com trava de borracha. Nossa loja vendeu chuteiras pra caramba.

Luiz  Américo – Eu joguei contra o Di Stéfano.

Adnan – E eu contra o Bobby Moore.

Luiz  Américo – Só que na hora de bater o pênalti o Di Stéfano saia fora.

- Eu não bate pênalti.

A decisão da “Copa Cidade de Turim” foi nos pênaltis. Corinthians x Espanõl. Cada time escolhia um batedor. Nair bateu para o Corinthians.

Falei pro Marcial, goleiro do Corinthians:

- Nas cinco cobranças, pula sempre para o mesmo lado. Uma bola você pega.

Nair bateu o primeiro pênalti. Gol. O Español empatou; Nair bateu o segundo, novo empate.

- No mesmo canto, Marcial, não muda...

O terceiro pênalti, empate. Nair bateu quatro pênaltis e converteu todos e o Marcial pegou o quarto pênalti dos espanhóis. 4 a 3 pra nós.

NOTA – No “Almanaque do Timão”, Celso Dario Unzelte traz a ficha completa deste jogo, disputado em 1º de junho de 1966 no estádio Comunale de Turim, na Itália.
Luiz  Américo era o único juvenil corintiano na excursão, no lugar de Dino Sani, convocado para a Seleção. Luiz  Américo jogou na ponta-esquerda e tem tudo registrado em seu diário pessoal.


Crédito da foto 1 – Acervo: Luiz  Américo

GURIZADA. O futebol de salão do Ribeirão Pires em Rio Claro por volta de 1962: Pedro (o primeiro à esquerda), Luiz  Américo, Adnan, Mitiko, Mauro (irmão de Luiz  Américo), Arsênio e Dico


NAS ONDAS DO RÁDIO

Grande ABC e Você
O sexto programa focaliza:
A festa do trabalho e do trabalhador.
O aniversário de Rio Grande da Serra.
O Dia da Liberdade de Imprensa.
Produção e apresentação: José Carlos Pereira, que fez história na Publicidade do Diário. Amanhã, sábado, 30, às 7h. Rádio ABC AM (1.570).

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO
Sábado, 29 de abril de 1972 – ano 14, edição 1829

MANCHETE – Projeto dos Estados Unidos atemoriza a América Latina.

CULTURA & LAZER – Guiomar Novaes oferece concerto no auditório da Faculdade de Direito de São Bernardo. Data: 27 de abril de 1972.
A grande pianista brasileira apresenta, entre os números, “A Grande Fantasia”, sobre o Hino Nacional Brasileiro. Autor: L. M. Gottschalk, que foi professor de música da imperatriz Leopoldina.

Professor Paulo Teixeira Camargo, diretor da Faculdade de Direito de São Bernardo, discursou:

Guiomar Novaes nos tomou pelas mãos e nos levou a mansões maravilhosas dos grandes da música.

Pudemos percorrê-las e senti-las e entendê-las nas suas interpretações magistrais.

Tínhamos e temos de ficar, por muito e muito tempo, na lembrança deste encantamento.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Quarta-feira, 29 de abril de 1992 – ano 33, edição 8058

MANCHETE – Oposição recua e aceita salário menor. Votação do mínimo deve acontecer hoje (29-4-1992) na Câmarfa.

CULTURA & LAZER – Estreia amanhã (30-4-1992) no Cine Carlos Gomes, em Santo André, a peça “Paranapiacaba, de onde se avista o mar”, texto de Solange Dias, montagem da Escola Livre de Teatro.

FUTEBOL – Coutinho, o célebre companheiro de Pelé no ataque do Santos FC, assume como treinador do São Caetano.

EM 29 DE ABRIL DE...

1902 – Do correspondente do Estadão em São Bernardo: na nossa próxima correspondência nos ocuparemos de uma importante diligência efetivada há dias pela nossa célebre polícia para capturar um grande tesouro.

Falecimentos 

Santo André

Sebastiana Nunes Gonçalves, 92. Natural de Ubatuba (São Paulo). Residia na Vila Lutécia, em Santo André. Dia 25. Memorial Jardim Santo André.

João Fortunato dos Santos, 91. Natural de Belo Jardim (Pernambuco). Residia no Jardim Santo André, em Santo André. Dia 24. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Curuçá.

São Bernardo

Ermelinda da Conceição Pinto Caneira Lopes, 89. Natural de Portugal. Residia no Jardim Orlandina, em São Bernardo. Dia 23, em Santo André. Memorial Phoenix.

Emília Barbosa dos Santos, 89. Natural do Estado da Bahia. Residia no bairro Baeta Neves, em São Bernardo. Dia 22. Cemitério de Vila Euclides.

São Caetano

José Vilkelis Filho, 87. Natural de São Caetano. Residia no bairro da Mooca, em São Paulo, Capital. Dia 23. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

Helena Fressati Alves, 86. Residia no Jardim São Caetano. Dia 23. Jardim da Colina.

Diadema

Geraldo Alves dos Reis, 80. Natural de Sento Sé (Bahia). Residia no Jardim Campanário, em Diadema. Dia 19. Jardim da Colina.

Mauá

Expedito Gomes Pereira, 68. Natural de Itacambira (Minas Gerais). Residia no Jardim Oratório, em Mauá. Dia 20, em São Bernardo. Cemitério Santa Lídia.

Ribeirão Pires

Vicência Costa de Souza Ferreira, 86. Natural de Barro (Ceará). Residia no bairro Colônia, em Ribeirão Pires. Dia 21. Cemitério São José.
 




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