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Covid e os desafios dos novos empreendedores
Luiz Lopes Schimitd
03/12/2021 | 00:01
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Com a situação econômica atual e demais fatores impactados pela pandemia, hoje se tem um cenário diferente do que se conhecia, em destaque aqui para os empreendedores. O tema foi destaque em nota técnica do Observatório da USCS, disponível em https://www.uscs.edu.br/notícias/cartasconjuscs.

O Brasil, que ocupava o quarto lugar em taxa total de empreendedorismo no País, caiu para a sétima posição. Segundo o relatório da Global Entrepreneurship Monitor, o GEM 2020, em estudo realizado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, o IBPQ, com a crise gerada principalmente pela pandemia da Covid-19, a taxa de empreendedorismo total no País caiu em mais de 18%, em relação ao ano de 2019. Além disso, a queda mais marcante foi a dos empreendedores estabelecidos (aqueles com mais de 3,5 anos de operação), passando de 16,2% para 8,7%, o que representa uma redução de quase 50%. Por outro lado, a taxa de empreendedorismo inicial (aqueles com até 3,5 anos de operação) apresentou um ligeiro aumento, passando de 23,3% para 23,4%. Entende-se que o resultado foi motivado pela queda dos empreendedores estabelecidos, que teriam fechado suas operações com a crise. Porém, o estudo mostra novos empreendedores buscando seu espaço, ainda com uma queda significativa dos que já tinham seus negócios firmados há mais de três anos e meio (empreendedores estabelecidos). 

Há um cenário de consumo em transformação. As entregas de compras de supermercado e refeições cresceram. Plataformas como iFood e UberEats apresentaram um crescimento bastante significativo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, o iFood, maior foodtech do Brasil, teve seus pedidos quase triplicados em um ano. De 22 milhões, no começo do ano passado, chegaram a atingir 60 milhões de pedidos em março deste ano. A plataforma, inclusive, lançou uma fintech que já liberou mais 200 milhões em empréstimos a mais de 7.000 restaurantes parceiros, como forma de ajudar a minimizar a crise (ou manter a sobrevivência) vivida pelos restaurantes. Empresas como Rappi e Ebanx também têm atuado com iniciativas semelhantes.

Com diversas formas de atendimento e logística disponíveis, mas ainda incertezas nos rumos da economia, o empreendedor tem dúvidas sobre qual é o melhor caminho, se ter um comércio atuando de forma on-line, ou com espaço físico, ou ainda um híbrido, que atenda das duas formas. São pontos que precisam ser analisados e decididos de forma criteriosa ainda mais do que antes da pandemia, tanto pela questão financeira quanto pela instabilidade do próprio mercado.

Além disso, com a pandemia e seus impactos, esses empreendedores têm de se adaptar a um cenário diferente do que conheciam também em seu modo de vida. O sistema home-office ampliou-se de forma rápida, as pessoas tiveram de adaptar seu trabalho, ou a falta dele, ao seu dia a dia em casa, com a família, com isolamento social, novas dinâmicas adotadas no trabalho, nas escolas dos filhos, ao mesmo tempo que precisam se adaptar aos compromissos exigidos para o seu negócio, dos quais o empreendedor deve vários papéis (ou todos eles). 

Para os empreendedores, instituições como o Sebrae trouxeram importantes contribuições, com cursos, plantões de atendimentos, consultorias, entre outros serviços. Com a pandemia, além do serviço que o Sebrae já vinha oferecendo, em uma parceria com o Conselho do Varejo da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), foram abertas, em julho deste ano, 700 vagas de consultoria para empreendedores. O projeto visa contribuir no faturamento das empresas, elevar os ganhos financeiros dos prestadores de serviços e tornar as empresas mais fortes para competir no mercado.

Os desafios para aqueles que buscam iniciar-se no empreendedorismo cresceram. Por outro lado, há programas de incentivo e de ajuda, além de conhecimento disponível para quem inicia este processo, motivado tanto pela demanda de empreendedores que necessitam desta ‘ajuda’, quanto por profissionais de diversas áreas (vendas, logística, finanças, estratégias de divulgação etc) que buscam recolocação profissional atuando com estes serviços. Sempre que este empreendedor buscar mentores ou conselhos, é importante que isso seja feito com pessoas que já tenham passado e vivido o problema e que, assim, possam passar conhecimento com valor agregado a ele.




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