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Minha filha não conhece a própria rua, lamenta pai de deficiente de Ribeirão

Família critica as péssimas condições e falta de acessibilidade em via do bairro Colônia

Por Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
03/12/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/DGABC


No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado anualmente pelas Nações Unidas desde 1992, a família Mari, de Ribeirão Pires, tem muito a lamentar sobre as péssimas condições da Rua Navegantes, no Jardim Colônia. Afinal, com problemas de acessibilidade, a família não consegue transitar na própria rua com a filha, Mariane Gaspar Mari, 24 anos, que teve paralisia cerebral severa durante o parto e, por conta da lesão neurológica, perdeu os movimentos, a fala e as habilidades motoras. 

O pai da menina, Luís Carlos, 52, reclama que buracos, desnivelamento da via e falta de acessibilidade nas calçadas impedem que faça um simples passeio com a filha na frente da própria casa. “Aqui é uma rua sem saída, um local com movimento tranquilo, perfeito para poder passear com ela durante o dia. Gostaria muito de levar minha menina para tomar um ar e até mesmo poder conhecer o próprio bairro. Porém, é impossível fazer esse trajeto pela rua com uma cadeira de rodas. Ela só fica em casa e, quando precisa sair, colocamos direto no carro. Nos passeios externos em família ela não pode estar presente”, desabafa o pai. 

Moradores há mais de 11 anos do bairro, Luís Carlos conta que já registrou três reclamações na Zema (Zeladoria de Manutenção Urbana), departamento da Prefeitura de Ribeirão Pires. A última denúncia foi protocolada há pelo menos seis meses no órgão, que não tomou nenhuma providência.

“Estamos cansados de tentar resolver o problema, que não afeta somente minha filha, mas também outros moradores da rua. A Zema já enviou equipe uma vez aqui, porém as promessas nunca saíram do campo verbal. O problema continua do mesmo jeito ha anos”, lamenta o morador, que também cita outros exemplos da falta de infraestrutura no município.

“Minha irmã caiu e quebrou a perna há 15 dias na rua de paralelepípedo no Centro Alto de Ribeirão, próximo ao hospital. Um descaso total”, argumenta. 

Para que os passeios externos com a filha possam finalmente acontecer, o pai sugere algumas soluções para o local. “Acredito que a reforma ideal, considerando que a via está localizada no topo do morro, seria a pavimentação de asfalto, ou até mesmo a opção da instalação de pedra de passeio. O ideal é nivelar a rua para que as pessoas não andantes, como a minha filha, possam utilizar tanto a via quanto a calçada”, finaliza Luís Carlos. 

Procurada pelo Diário, a Prefeitura de Ribeirão Pires não retornou para informar se tem conhecimento da falta de acessibilidade na via nem quais providências serão tomadas para tentar sanar os problemas de infraestrutura do local. 


Com participação de Heitor Agricio, especial para o Diário




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