O PT de São Caetano não armou ‘plano B' quando colocou a possibilidade de abrir mão da pré-candidatura ao Palácio da Cerâmica em troca da vice do também postulante ao Paço pelo PMDB, vereador Paulo Pinheiro, em decisão tomada pelo diretório municipal na semana passada. Peemedebistas mantêm a avaliação de que a aliança pode não ajudar muito no desempenho eleitoral e ainda não se posicionaram sobre o assunto. Caso o partido negue a parceria, petistas pretendem seguir com a campanha de Edgar Nóbrega sem alterações.

"Não existe ‘plano B'. Abrimos conversas com o PMDB, mas não perdemos o foco da campanha", pontua o pré-candidato a vereador pelo PT Ricardo Rios. Outro pré-candidato petista ao Legislativo, João Moraes coloca a busca por aliados além do PMDB como meta. "Precisamos buscar quem ainda não está com o governo." O problema é que as costuras políticas do governo José Auricchio Júnior (PTB) devem somar 17 legendas.

Candidato a prefeito em 2004 e pré-candidato a vereador neste ano, Hamilton Lacerda credita a responsabilidade de articulação da aliança ao nome indicado do PT. "Esse é um aditivo à estratégia da campanha e o Edgar terá o papel, junto da direção, de concretizar a parceria", afirma.

Depois de conversas com o presidente nacional do PT, Ruy Falcão, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, também foi acionado para auxiliar nos diálogos. "Hoje a liderança no Grande ABC é o Marinho. Ele está estudando nossa proposta e vendo o que pode ajudar mais", informou Vera Severiano. A petista concorda que essas lideranças podem convencer o PMDB municipal de que a parceria entre as legendas é positiva, tendo como exemplo a união em nível federal.

A tentativa de compor a chapa majoritária com o PMDB é vista como um recurso do PT para alcançar o posto máximo do poder público municipal. Os petistas acreditam que sozinhos vão repetir o desempenho das sete eleições já disputadas e perdidas na cidade. Por isso, apostam as fichas no bom relacionamento de Pinheiro - dissidente do grupo governista - com a população, que tem rejeição pela sigla para poder inserir uma parte de suas políticas públicas em uma eventual gestão.