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Saúde não registra problemas em vacinados com doses suspensas

No Grande ABC, pelo menos 132 mil moradores receberam os fármacos do lote J202106025 da Coronavac

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
09/09/2021 | 05:33
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Claudinei Plaza/ DGABC


Os órgãos estadual e municipais de saúde vêm monitorando desde sábado as pessoas que receberam as doses dos 25 lotes da Coronacav suspensos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em razão da falta de inspeção do local onde foram envados. Ao menos foi o que garantiu ontem o governador João Doria (PSDB) e o que afirmaram as administrações públicas do Grande ABC ao Diário. Na região, pelo menos 132.228 pessoas receberam os fármacos da remessa J202106025, segundo informações das prefeituras de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires. As demais não responderam à demanda mas, de acordo com informações do Ministério da Saúde, houve aplicação de 609 doses em Mauá e quatro em Rio Grande da Serra.

Foram cerca de 42 mil aplicações das vacinas suspensas em Santo André, 48 mil em São Bernardo, 26 mil em Diadema, 8.200 em São Caetano e 7.270 em Ribeirão, esta que confirmou que a última aplicação do lote foi realizada em 2 de agosto e “passados 37 dias, a Secretaria de Saúde, por meio do departamento de vigilância epidemiológica, não recebeu nenhuma intercorrência de pacientes vacinados com doses do lote não autorizado”.

“É mensagem tranquilizadora às pessoas que, como eu, tomaram a vacina do Butantan. A qualidade da Coronavac é incontestável, a própria Anvisa já se pronunciou neste sentido. Aguardamos a liberação deste novo lote de vacinas para a aplicação na população”, disse Doria. “Temos confiança quanto à qualidade, segurança e eficácia da Coronavac. O imunizante passou por rigoroso controle de qualidade e todas as doses distribuídas para a rede de saúde passaram por testes de avaliação e foram certificadas para o uso”, destaca Regiane de Paula, coordenadora do PEI (Plano Estadual de Imunização).

As 25 remessas suspensas correspondem a 12,1 milhões de doses, das quais 4 milhões foram distribuídas em território paulista. A suspensão, que é válida por 90 dias. “A vacina foi suspensa porque este lote de Coronavac enviado a São Paulo é de uma fábrica não vistoriada pela Anvisa. Isso não significa que essas vacinas tenham algum problema. Em tese são iguais as anteriores, mas tem essa pendência técnica. Para as pessoas que tomaram, não vejo problema. Presumo que seja adequada. Se não for, se descobrirem que não tem confiabilidade esperada por ter sido fabricada em outro local, essas pessoas serão revacinadas. Não existe praticamente nenhum risco para essas pessoas. Se tivesse, seria um efeito imediato, não agora depois de dias. Então, em tese, são vacinas aparentemente seguras, porém não têm o laudo médico da Anvisa, que não vistoriou a fábrica na China. Essa é a questão mais importante, então não vejo problemas para essas pessoas que fizeram utilização dessas vacinas”, explicou professor de infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia Juvencio Furtado.

Na manhã de ontem, o Instituto Butantan, responsável pela Coronavac no Brasil, encaminhou informações adicionais à agência e, segundo, Doria, “não há mais nenhuma pendência”. ”A vacina tem controle de qualidade rigoroso, assim como todo o resto da fábrica. É questão de formalização”, disse Rui Curi, diretor do Butantan.

Durante a coletiva, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn declarou que “todas as doses passaram por rígido controle de qualidade”, tanto na China quanto no Brasil, em procedimento feito pelo Butantan e por órgão vinculado à Fiocruz, antes da distribuição para as cidades.  “Ainda assim, orientamos os municípios para acompanhar o evolutivo dos pacientes nos próximos 30 dias”, disse Gorinchteyn “Nenhum dos pacientes que recebeu apresentou qualquer reação mínima.” 




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