Política Titulo Imunização da Covid
Uip avisa que sindicância do fura-fila da vacina não apontou ‘nada errado’

Reitor da FMABC cita erro em papel, mas nega descumprimento do PNI

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/08/2021 | 00:01
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DGABC


Reitor do centro universitário da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), David Uip avisou que a sindicância aberta pela faculdade para apurar denúncia de fura-fila da vacinação contra a Covid-19 chegou ao fim e apontou que “nada de errado” foi registrado no episódio.

Em abril, o Diário mostrou que funcionários do rol de proximidade da presidente da FUABC (Fundação do ABC), Adriana Berringer Stephan, foram incluídos em lista de imunização conduzida pela FMABC. Embora atuassem em áreas administrativas, esses funcionários foram classificados como médicos e até indicados como atuantes em setores hospitalares para poder receber as doses – na época, a vacinação ainda engatinhava e o Brasil vivia o ápice da segunda onda de casos e mortes pelo novo coronavírus.

Diante do episódio, Uip determinou a instauração de sindicância. “Não teve nada de errado. Zero. Foi tudo dentro do PNI (Programa Nacional de Imunização), dentro do que era esperado”, considerou Uip. “O que houve foi um equívoco de formatação de folha. Colocaram pessoas que trabalhavam em um local no outro, o que não desrespeitou o PNI em momento algum. Vou levar nos próximos dias o resultado todo ao conselho gestor e ao conselho universitário.”

A alegação da FUABC foi a de que os servidores que teriam burlado a lista do procedimento de vacinação atuavam na linha de frente do combate à Covid, embora fossem advogados e gerentes de recursos humanos, por exemplo. Houve investigação na Polícia Civil e no Ministério Público, que entenderam não haver falhas na imunização dentro da FUABC – que controla a FMABC. As apurações foram arquivadas com absolvição dos apontados como responsáveis.

“Quem denunciou, quem vazou isso para a imprensa, tem de responder. O preço é caro. Não vai ficar assim”, avisou Uip. “Teve prejuízo à imagem da instituição, teve consequência. E, querendo ou não, meu nome acaba repercutindo”, emendou o médico, que foi secretário estadual de Saúde na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).

Uip ainda foi citado na CPI da Covid no Senado, quando o senador Marcos Rogério (DEM-RO) exibiu áudio e receita assinada pelo médico com defesa do uso da cloroquina – remédio comprovadamente sem eficácia no tratamento do novo coronavírus. “A frase foi tirada de todo o contexto, mas foi um caso que me afetou pessoalmente. Tive netos e filhos ameaçados. Tomou um rumo que virou loucura. Eu não seria irresponsável de cravar um tratamento sobre uma doença que pouco se sabia até então.”

(Colaborou Bia Moço) 




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