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Desrespeitam a história e políticos de São Caetano, afirma Auricchio

Ex-prefeito critica plano liderado por Morando para unir Palacio e Tite, que foi defendido pelo tucano

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
27/07/2021 | 00:50
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Claudinei Plaza/DGABC


Ex-prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB) classificou como “desrespeito à história e aos atores políticos da cidade” o plano engendrado pelo prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), para aproximar o ex-prefeiturável Fabio Palacio (PSD) e o prefeito são-caetanense, Tite Campanella (Cidadania).

O Diário mostrou no sábado que proposta de aliança entre Tite e Palacio foi colocada à mesa em eventual nova eleição no município, com escanteamento de Auricchio. A estratégia envolvia alocar Palacio como vice de Tite em outro pleito e, enquanto a Justiça Eleitoral não marcasse o processo, o pessedista seria secretário no Palácio da Cerâmica.

Sem citar nomes, Auricchio mandou claro recado a Morando. “É um desrespeito aos atores políticos e à história de São Caetano pensar em algo assim. É também duvidar do caráter do Tite, que é um cara extremamente correto”, criticou o tucano. “Eles (figuras de São Bernardo) não podem medir os atores políticos de São Caetano com a régua deles.”

No sábado, dia em que o Diário revelou o plano, Tite ressaltou lealdade a Auricchio de forma pública – no discurso de inauguração de pista de skate no Centro da cidade. Citou que administra São Caetano por “construção política” conduzida por Auricchio, uma vez que o tucano, mais bem votado na eleição de novembro, teve o desempenho anulado pela Justiça Eleitoral e recorre no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a condenação.

“Auricchio foi eleito de forma legítima no dia 15 de novembro. É líder do grupo político que está aqui hoje, que entrega, trabalha e produz. Se alguma coisa me trouxe aqui foi a lealdade. Não seria eu quem deixaria de ser leal a alguém para fazer jogo político”, assegurou Tite, no discurso, aplaudido pelos auxiliares.

O ex-chefe do Executivo também criticou a oposição em São Caetano. “Traduz desespero do grupo que é contrário a nós porque eles só sabem falar de eleição. Todos os dias a mesma coisa. Trabalhar que é bom eu não vejo ninguém fazendo. Ninguém buscando projetos em prol do desenvolvimento de São Caetano. Eu, do fundo do meu coração, espero que seja um equívoco (estruturar o planejamento político para unir Tite e Palacio).”

O Diário apurou que a tática de união entre o prefeito de São Caetano e o pessedista começou com auxiliares dos dois ainda na cidade. Articulador do projeto político de Palacio, Juan Muñoz, por exemplo, sugeriu que sua mulher, a publicitária Luciana Patara, recém-exonerada do governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), fosse para o governo Tite em troca de um armistício.

A consolidação da proposta, ainda conforme apuração do Diário, ocorreu na sexta-feira, na visita do deputado federal Alex Manente (Cidadania) a Tite. Interlocutores dos dois relataram ao jornal que Alex se apresentou como fiador de Morando do plano e que disse que precisaria consultar o prefeito são-bernardense quando foi interpelado por Tite sobre os motivos pelos quais Auricchio estava alijado do debate. O deputado, entretanto, assegura que tratou apenas de assuntos institucionais com Tite.

Já Palacio, por sua vez, reafirma que ninguém fala por ele e que, se houver perspectiva de união de forças com Tite, ele não abre mão de ser o prefeiturável em eventual nova eleição, até pelo desempenho eleitoral obtido em pleitos anteriores.




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