Política Titulo Apuração lenta
FMABC pede 90 dias para sindicância do caso fura-fila

Entidade solicitou dilação de prazo para apurar denúncia de irregularidades na vacinação contra Covid

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
09/06/2021 | 00:37
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O centro universitário da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), sob reitoria de David Uip, requereu prorrogação de prazo adicional de três meses para concluir sindicância instaurada na tentativa de apurar denúncia de fura-fila na prioridade da vacinação contra a Covid-19. Os motivos alegados para dilação não foram esclarecidos. O grupo entrou em operação no fim de abril após episódio em que oito profissionais – em cargos de gerência – de setores administrativos da FUABC (Fundação do ABC) receberam imunização sem se enquadrar na linha de frente, em documento com dados adulterados.

“Conforme ofício encaminhado em 25 de maio à Câmara de Santo André, a reitoria (da FMABC) solicitou 90 dias para o término dos trabalhos, ou seja, estima-se que a sindicância seja finalizada até o fim de agosto”, relatou a FUABC, que tem a faculdade como uma das mantidas pela organização social de saúde. A entidade pontuou que o procedimento, em andamento, foi instalado internamente em 28 de abril. Ao Diário, Uip já se eximiu de culpa no processo e assegurou que daria autonomia e independência à condução do bloco, além de sustentar que, em caso de comprovação de irregularidades, as responsabilidades irão resultar em sanções.

O caso está sob investigação da Polícia Civil e do MP (Ministério Público) – há inquérito em trâmite. Personagens centrais da acusação, incluindo a própria presidente da entidade, Adriana Berringer Stephan, foram convocados a prestar depoimento a respeito de todo esse imbróglio. Em que pese o centro universitário seja o que assina o ofício com pedido das doses da vacina às prefeituras, a FUABC admitiu, em resposta a requerimento de informações do Legislativo, ter sido a autora da relação de nomes que compuseram a lista, por meio do RH da instituição e da Central de Convênios, principal braço da Fundação, cuja diretora-geral Patrícia Veronesi também foi imunizada.

A Fundação, por sua vez, alegou que “a denúncia sobre a campanha de vacinação está em fase final de apuração pela área de compliance da instituição”. De acordo com a mantenedora, a expectativa é que o relatório seja entregue até o fim de junho para análise do comitê de conduta ética. “Após validação dos dados, a documentação será submetida ao conselho de curadores da FUABC e à curadoria de fundações do MP”, emendou a entidade.

A Prefeitura de Santo André não se manifestou sobre a atualização do decorrer da sindicância. Já São Caetano afirmou que a apuração foi aberta no âmbito da corregedoria geral, que, “por sua natureza, e com escora na legislação vigente, deve observar sigilo durante o seu curso”. “Foram expedidos ofícios em busca de informações junto aos entes envolvidos e tomado depoimento. O prazo inicial para a conclusão dos trabalhos é de 30 dias, sujeito a prorrogação em razão da complexidade de obtenção das informações, mormente neste caso que envolve instituições de fora do município.” 




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