Política Titulo Eleição 2022
Marinho vê real chance de frente de esquerda nacional e no Estado

Presidente paulista do PT diz que candidatura de Lula muda perspectivas, fortalece Haddad e ampliará bancadas

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
16/05/2021 | 00:01
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André Henriques 7/4/2018


Presidente do PT estadual e ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho considerou que o restauro dos direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixa palatável sonho do petismo em capitanear uma frente de esquerda para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022 e faz vislumbrar até mesmo a possibilidade de união de forças no primeiro turno na eleição em São Paulo.

Ao Diário, Marinho celebrou com cautela os números apresentados na semana passada pelo Datafolha da corrida presidencial. Conforme o instituto, Lula lidera levantamento estimulado, com 41% das intenções de voto no primeiro turno e 55% na etapa final – ante 23% de Bolsonaro na fase inicial e 32% em eventual desfecho do pleito.

“(Esses dados) Correspondem à percepção que tínhamos em 2018, que se não fosse a canalhice contra o Lula, a Dilma (Rousseff, PT) e os nossos demais companheiros, o presidente Lula teria vencido a eleição de forma tranquila. Tiraram ele do jogo para tirar o PT”, disse. “Evidentemente que não há nada decidido, nada ganho. É preciso ter cautela no processo e dar continuidade ao trabalho de diálogo com todos os setores da sociedade, chamar a responsabilidade de todos os partidos políticos para que possamos pensar em um processo de transição olhando para o futuro.”

Para Marinho, a tão propagada frente de esquerda precisa convergir, se possível no primeiro turno, para confrontar o “BolsoDoria” – a sigla foi slogan de campanha do governador paulista João Doria (PSDB) no segundo turno de 2018, mas, hoje, Doria e Bolsonaro são inimigos políticos. Marinho avaliou ser possível replicar essa parceria em São Paulo a favor do ex-prefeito e ex-prefeiturável Fernando Haddad (PT), a quem classifica como a “principal candidatura” para encerrar a hegemonia tucana no Estado – desde 1995 figuras do PSDB se revezam no comando do Palácio dos Bandeirantes.

“(A parceria estadual) Não será por osmose. É preciso trabalhar o processo. É legítimo e vejo com naturalidade o (líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, Guilherme) Boulos (Psol) querer ser governador. Assim como é legítimo o PSB também pleitear (o ex-governador Márcio França tenta se cacifar novamente). Se for possível unificar, evidentemente que é melhor. É preciso refletir”, comentou o petista, adicionando que a troca de apoios pode ser configurada em outras frentes.

“Há uma razão para que a gente (PT) não tenha avançado no debate para o Senado ou vice-governador. Da mesma forma que há debate e conjunturas em outros Estados”, discorreu Marinho, pré-candidato a deputado federal no ano que vem e otimista com a montagem da chapa. “A perspectiva da liderança do Lula e do posicionamento da candidatura do Haddad nos coloca com essa visão esperançosa de crescimento de bancada na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa.”

Marinho desenhou o cenário de pré-candidatos do partido no Grande ABC. Comentou que Marta Sobral se filiou ao PT para ser candidata a deputada estadual por Santo André, mesma tarefa designada para a ex-prefeiturável Bete Siraque. Em Diadema, a dobrada oficial do governo José de Filippi Júnior será Orlando Vitoriano (federal) e Josa Queiroz (estadual). Há debate para que o secretário de Planejamento de Mauá, Rômulo Fernandes, seja candidato a estadual. E os deputados Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (federal), Luiz Fernando Teixeira (estadual) e Teonilio Barba (estadual) buscarão a reeleição. 




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