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Mulheres conquistam espaço
no efetivo da Polícia Militar

No dia em homenagem à atividade, policiais lembram início em lugar antes só de homens

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
12/05/2021 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Conquista de espaço. É assim que o Dia do Policial Militar Feminino – celebrado hoje – é encarado por milhares de mulheres que decidiram dedicar a vida em prol da segurança da população, encarando, além dos riscos, preconceitos, sobretudo pelo fato de ser área majoritariamente ocupada por homens.

Cabo da PM (Polícia Militar) há 24 anos, Andréia Alves Cassetari, 46, contou que, antigamente, as policias exerciam somente serviços sociais. “O Estado de São Paulo foi pioneiro na inclusão de mulheres na PM, porém, foi a partir da década de 1970 que houve abertura para o ingresso de mulheres na corporação”, contou a agente, afirmando que o dia é “de suma importância” , principalmente por caracterizar ato de resistência feminina ao longo dos anos. “Cada dia as mulheres vêm conquistando espaço. Tivemos algumas guerreiras comandando instituições e que vieram, aos poucos, mostrando nossa capacidade de execução”, vibrou Andréia.

A cabo da PM Adriana Guedes, 42, está há 23 anos na corporação e contou que, no início, os homens demonstraram resistência na aceitação. “Foi por volta dos anos 2000 que se iniciou o trabalho de batalhões mistos, momento em que as mulheres entraram em batalhão totalmente masculino. Era outra realidade”, relembrou. “Uma das primeiras coisas que tivemos de enfrentar foi o machismo, porque os policiais diziam que nosso lugar era pilotando fogão”, acrescentou a agente, que lamenta o fato de o problema também existir na abordagem. “Quando vamos abordar um homem, muitas vezes ele desacredita em ver uma mulher (em atuação), e isso faz com a gente adote postura mais energética, mas não sem respeito. Muitos (homens) pensam que podem nos intimidar”, explicou.

A soldado Simone Aparecida de Almeida Barone, 40, está há nove anos na corporação e atua na cavalaria da PM desde agosto. Ela contou que o Grupamento de Polícia Montado de Mauá, onde ela trabalha, tem 36 anos e, desde a sua fundação, Simone é a primeira mulher a fazer parte do efetivo. “O serviço de cavalaria é braçal. Em força física, acabo levando desvantagem. Mas é trabalho gratificante e mais ainda por saber que conquistei meu espaço em um local que foi sempre masculino”, disse a policial

Cabo da PM há 17 anos, Cassia Vianna, 43, deixou a carreira de publicitária para ingressar na corporação. “Conseguimos manter o padrão dos homens, e até mais, porque temos dupla jornada, principalmente aquelas que são mães”, comentou.




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