Há oito semanas o preço do álcool parece um eletrocardiograma, um zigue-zague para baixo e para cima. Desde o começo de setembro o custo do litro do combustível têm alternado quedas e altas, e a única tendência a qual se prendeu foi a inconstância.

Na última semana, segundo aponta a pesquisa do Diário com base no levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo), não foi diferente.

O preço do combustível teve queda de 0,73%, sendo que no período anterior havia sofrido alta de 1,21%. O último levantamento aponta que o preço do álcool na região está em uma média de R$ 1,081.

No entanto, esse quadro tem tudo para mudar. Isso porque a pesquisa da Cepea/Esalq (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da última semana mostra que o preço do derivado de cana-de-açúcar já começa a subir nos produtores – o que deve ser repassado aos consumidores a partir desta semana.

Nas usinas, o preço médio do litro do álcool hidratado (misturado com água, para abastecimento direto) disparou 8,13% e o do anidro (puro, para mistura com gasolina em proporção de 25%) subiu 6,69%. O litro do hidratado foi cotado a R$ 0,634 e o anidro, a R$ 0,713.

O resultado deve ser revertido para os postos em breve, mas em alguns casos o aumento do álcool já é visível para o consumidor final. No Auto Posto Oitenta, em Mauá, o reajuste já foi feito, já que a distribuidora, Shell, vendeu o combustível a um preço R$ 0,14 maior para o estabelecimento.

Enquanto a alta do combustível não é generalizada, o Grande ABC ainda vive um momento de tranqüilidade. Das seis cidades pesquisadas pela ANP (que exclui Rio Grande da Serra), quatro apresentaram queda no preço médio do derivado de cana. Santo André (alta de 0,19%) e Mauá (estável) foram as exceções.

Já a gasolina apresentou sua segunda alta consecutiva, embora leve. Na última semana, o combustível ficou 0,21% mais caro – o que representa um aumento de meio centavo.