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Vacina derruba morte e
internação de idosos

Cidades registram queda considerável em público com 80 anos ou mais que foi imunizado até março

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
04/05/2021 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


Embora abril tenha sido o mês mais letal desde o início da pandemia no Grande ABC, com 1.149 mortes, a taxa de internação e de óbito por Covid-19 em idosos com 80 anos ou mais caiu drasticamente nos sete municípios. A baixa é reflexo da vacinação contra o novo coronavírus, já que a faixa etária foi imunizada entre janeiro e março.

Em números absolutos, a cidade que chama mais atenção pela queda é Santo André, já que, em março, acamou 140 idosos com 80 anos ou mais e somente 20 até 27 de abril, registrando redução de 85,7% de um mês para o outro. Já os falecimentos tiveram decréscimo de 81,9%, passando de 61 para 11 mortes.

São Bernardo, que informou os dados com o fechamento mensal, obteve 33,8% a menos na taxa de internação da faixa etária, passando de 68, em março, para 45 internados em abril, além de queda de 65,5% nas mortes, caindo de 58 para 20. Já em São Caetano, que também informou os dados de abril fechados, a baixa de acamados foi de 7,7% (de 26 internados para 24), e de 64,8% em óbitos (de 37 para 13).

Mauá também constatou queda expressiva nas internações da faixa etária. Foram 36 acamados em março e quatro até 27 de abril, ou seja, queda de 88,8%. Já os óbitos recuaram 66,6%, de 24 para oito.

Ribeirão Pires passou de oito internações para três (queda de 62,5%) e de sete mortes em março, o município não registrou nenhuma em abril, assim como Rio Grande da Serra, que passou de uma morte em março para nenhuma em abril, e teve leve aumento nas internações, já que em março não teve nenhuma e, em abril, o município acamou um idoso com mais de 80 anos.

Infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco alertou, porém, que, embora as taxas de mortalidade no público vacinado tenham se mostrado em queda, é importante frisar que o objetivo da vacinação é reduzir o impacto da doença na sociedade. “(O fato de ter tomado vacina) Não quer dizer que não vai ter óbito e que pessoas que tomaram a vacina não vão pegar o coronavírus. Tem de continuar usando máscaras e higienizando as mãos”, pontuou, garantindo que o vírus ainda circula “em grande quantidade no Brasil”, e que há pessoas assintomáticas transmitindo a doença.

Branco pontua ainda que o tempo entre as duas doses da inglesa Astrazeneca/Oxford faz com que a pessoa passe um período mais longo com menor imunidade (são 90 dias entre a primeira e a segunda aplicações). “E tem fenômeno no Brasil, que é porcentagem da população que não compareceu para aplicação da segunda dose”, lamentou o médico, explicando que, nesses casos, é mais comum que o público vacinado seja contaminado. “O Brasil só vai atingir o grupo mais vulnerável, de maior risco, que é 30% da população, quase 80 milhões de pessoas, em setembro. O real impacto da vacinação só vamos ter depois de imunizar esse grupo em sua totalidade. Até lá vamos conviver com esse vírus circulando e ainda sem saber se vamos ter uma terceira onda ou não”, finalizou Branco. 




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