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Região tem 407 munícipes internados em outras cidades

Grande ABC já recebeu 244 forasteiros; especialistas destacam importância do SUS no intercâmbio

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
28/03/2021 | 00:01
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DGABC


Mais de 400 munícipes da região, contaminados com coronavírus, foram internados em outras cidades da Grande São Paulo e do Litoral. Segundo dados informados por quatro das sete administrações municipais do Grande ABC, 407 pessoas foram atendidas por meio da Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), sistema operado pelo governo do Estado. Na Capital, estão 18 munícipes da região.

Em contrapartida, o Grande ABC recebeu, também em março, 244 moradores de outras cidades que foram atendidos nas redes municipais de São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá. Deste total, 44 vieram da Capital. A maioria dos pacientes é de cidades da Região Metropolitana, mas, em São Bernardo, foi recebido um morador de Varginha, no Sul de Minas Gerais. As outras cidades da região não responderam os questionamentos até o fechamento desta edição.

A possibilidade de que qualquer município possa socorrer quem precisa de atendimento médico de urgência e emergência foi instituída em 1988, com a criação do SUS (Sistema Único de Saúde). “Toda a população residente adquiriu o direito universal ao atendimento”, explicou o professor do curso de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marcelo João. Esse direito também se estende aos estrangeiros que moram no País.

Professora titular de saúde coletiva na FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Vânia Nascimento destacou que o SUS foi concebido para ser sistema universal, que atenda a todos e que para que isso aconteça é preciso cooperação entre os entes, além de uma coordenação geral. “No Estado de São Paulo, a coordenação é feita pela Cross. A gente precisava, neste momento, mais do que nunca, de uma coordenação nacional”, pontuou.

Vania lembrou que a recente tragédia de Manaus, quando em janeiro as unidades de saúde da Capital do Amazonas ficaram sem oxigênio, a estrutura do SUS foi o que permitiu que os pacientes fossem transferidos para outros Estados. “Existem riscos, como trazer para cá o subtipo do novo coronavírus que surgiu naquela cidade, mas também existem formas de se evitar isso, com a adequada proteção dos profissionais de saúde”, detalhou.

João afirmou que em um País pobre como o Brasil, o SUS é a garantia que mesmo as populações mais vulneráveis possam ter atendimento. “Temos uma grande experiência de atuação em territórios indígenas, existe um programa para população em situação de rua e isso é muito importante”, completou.

A possibilidade de que as pessoas possam ser socorridas em todos os locais é uma forma de garantir o atendimento, mas, por outro lado, tem contribuído com a saturação dos sistemas de saúde municipais. Vânia destacou que é preciso reduzir a transmissão, com a adoção de distanciamento físicos, uso de máscaras e higienização das mãos. 




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