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A Petrópolis de Santos

Vida e morte da Fazenda Bandeirantes

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
26/03/2021 | 00:01
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Há 70 anos, Ribeirão Pires estava ganhando a Fazenda Bandeirantes, iniciativa de uma empresa formada por santistas que descobriram as qualidades climáticas da cidade

A memorialista Claudia Ferreira, do blog Santo André Ontem e Hoje, descobriu uma matéria sobre a Fazenda Bandeirantes, escrita por José V. da Silva e publicada pela revista Fauna (edição de setembro de 1950).

O autor define Ribeirão Pires como a “Petrópolis Santista”. “Intenso número de pessoas procura a belíssima estância de repouso, pela excelência do seu clima e suas águas, cenário montanhoso e suave e várias propriedades agrícolas”, escreveu o repórter, para entrar no cerne do texto: o empreendimento da Fazenda Bandeirantes.

O projeto nasceu da Sociedade Bandeirantes de Ribeirão Pires Ltda, “firma exclusivamente composta de santistas, a quatro quilômetros do Centro, com 84 alqueires”.</CW>

As imagens, ilustrativas, demonstram que a Fazenda Bandeirantes ainda não estava pronta em 1950. Mas previa: quatro moradias, reservatório de água, estábulo, 50 divisões para vacas, piquetes cobertos para bezerros, depósito de ferragens, baias para animais de monta e de trabalho, tanques para lavagem de latões de leite, depósito de arreios, pocilgas modernas, quatro galinheiros de pedra e cal.

A colônia comportaria três grupos de moradias. Junto à olaria, um sobrado de tijolos para os encarregados.

Da Fazenda Bandeirantes faziam parte, ainda, “duas grandes pedreiras”. O projeto estabelecia espaço para granja e agricultura.

Aos interessados no empreendimento, era possível pensar na construção de hotéis e vivendas em torno de lagos e jardins ornamentais.

Em destaque, uma capela, “com telhado vermelho contrastando com a alvura das paredes”.

TRINTA ANOS DEPOIS...

A Fazenda Bandeirantes tornou-se realidade. Marcou época, mas não chegou aos dias atuais como previam seus idealizadores. O empreendimento ruiu tristemente na primeira metade da década de 1980, conforme reportagens publicadas pelo Diário, várias delas com a assinatura da jornalista Claudia Muller, hoje de volta à sua Jundiaí.

E HOJE?

Fica a pauta: ir ao local onde existiu a Fazenda Bandeirantes e focalizar o panorama atual. Um trabalho para a Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires, tão logo passe o drama da pandemia. Memória se propõe a acompanhar.

Diário há meio século

Sexta-feira, 26 de março de 1971 – ano 13, edição 1495

Manchete – O ABC recebe o vice-presidente

Almirante Augusto Rademaker estará hoje (26-3-1971) no distrito de Utinga, em Santo André. Presidirá a solenidade inaugural das novas instalações da Utingás Armazenadora S/A.

Eu Comento (Eduardo Camargo) – Houve em Ribeirão Pires, por iniciativa do prefeito Antonio Simões, um aumento considerável na cobrança da taxa de fornecimento de água. Muita gente está pagando o dobro, ou quase o dobro, do que vinha pagando anteriormente.

Suplemento infantil – Diarinho, no seu nascedouro, organizava pintura ao ar livre.

Em 26 de março de...

1901 – Ato do governo do Estado concede à Prefeitura de São Bernardo a verba de 6:474$000 para os consertos de que necessita o prédio da cadeia da Villa de São Bernardo.

Marselha, 22. Os carpinteiros, serralheiros e operários das padarias ameaçam entrar em greve por solidariedade com os estivadores, categoria já paralisada.

1921 – Roma, 25. Atentado a dinamite no Teatro Diana, em Milão, provoca mais de 30 mortes. Cinco filas de cadeiras próximas ao palco foram totalmente destruídas. Hospitais cheios de feridos.

“A cidade está de luto. O ultraje é uma mancha na hospitalidade, boa fama e tradição da cidade”, escreveu o Corrieri della Sera.

Presos centenas de anarquistas, que se supõem implicados no atentado.

1956 –</CF> Conselho Nacional de Educação analisava projeto de criação de uma faculdade de direito em São Caetano.

O Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, opunha-se ao projeto, dentro da campanha contra as escolas fraudulentas. E relacionava:

1 – A faculdade de São Caetano funcionaria no prédio de um grupo escolar.

2 – Teria uma congregação de fachada.

3 – Não existia no município nenhum curso clássico, “elo indispensável entre o curso secundário e uma escola superior”.

Assinava o manifesto Paulo de Azevedo Marques, presidente do CA XI de Agosto.

Santos do dia

- Ludgero

Municípios paulistas

- Hoje é o aniversário de Barueri, Capela do Alto, Carapicuiba, Ipuã, Poá, Riolândia, Santo Antonio do Jardim e Terra Roxa.




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