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Sneijder: 'Nenhum de nós tem medo do Brasil'
Dérek Bittencourt
Com Agências
02/07/2010 | 07:02
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Homem de referência da ligação entre o meio-campo e o ataque holandês, Wesley Sneijder disse ontem que a Laranja Mecânica fará frente ao Brasil, sem temê-lo. O jogador reconheceu as qualidades verde-amarelas, mas explicou que ele e os companheiros se doarão ao máximo para alcançar as semifinais da Copa do Mundo.

"Nenhum de nós tem medo do Brasil. Nós temos respeito por essa equipe, mas isso é outra coisa", comentou o meia. "É claro que vamos jogar contra um grande time. Mas realmente acho que podemos ganhar. Chegaremos às semifinais se todo mundo conseguir dar 120%", emendou.

O jogador ainda explicou que o esquema tático da Seleção Brasileira ajuda a forma de jogar dos holandeses, que buscam vingar a eliminação nos pênaltis sofrida no Mundial da França, em 1998. "Uma vantagem para essa partida é que finalmente teremos espaço para jogar. É um daqueles jogos que você fica ansioso para participar. Queremos revidar a lamentável derrota no Mundial de 1998."

Sneijder, inclusive, ganhou elogios do técnico holandês Bert van Marwijk que, por sua vez, também exaltou as qualidades e passou o favoritismo aos brasileiros. "Eu disse que o Brasil era um grande time, mas não que tinha os melhores jogadores. Não trocaria Sneijder e Robben por Kaká e Robinho", comentou.

E não apenas Marwijk exaltou Robben, como também o zagueiro Heitinga. "Ele faz grande diferença. É um jogador de classe diferente. Se você joga com ele, você vê que os defensores adversários começam a recuar e é mais fácil para nós jogarmos", disse.

E somando-se Sneijder, Robben, Van Persie, Kuyt, Stekelenburg e os demais holandeses que se destacaram pela Europa, a crença de que chegou a hora de a Holanda pôr fim à sina e à alcunha de sempre morrer na praia - vale lembrar que a Laranja Mecânica é duas vezes vice-campeã mundial, em 1974 e 1978, e chegou às semiginais em 1998 - é ainda maior. "Estamos na idade certa, os jogadores já estão juntos há algum tempo e muitos deles são de times de altíssimo nível em países com grandes ligas. Todos estão prontos e o mais importante é que temos confiança nessa equipe", concluiu Heitinga.


‘Fregueses', Cocu e De Boer reencontram os brasileiros

O Brasil é um adversário que na história recente das Copas do Mundo não é bem-visto ou quisto pelos holandeses. As eliminações em 1994, nas quartas de final, e em 1998, nas semifinais, ainda atormentam os europeus, que terão no confronto de hoje, mesmo que no banco de reservas, dois personagens presentes no último revés da Laranja Mecânica. O ex-zagueiro Frank de Boer e o ex-lateral Cocu são auxiliares de Bert van Marwijk, mas participaram daquela partida e têm opiniões distintas quanto à vingança de hoje pela aquela derrota.

"Não penso que devemos nos manter ocupados pensando em vingança por 1998 ou 1994. Temos de pensar que é uma grande partida. Queremos vencer esse jogo e não olhar para o passado. Esperamos vencer e chegar às finais", disse De Boer, que nos pênaltis converteu sua batida, mas viu o irmão Ronald parar em Taffarel.

Para mim foi muito difícil como jogador não chegar à final. Demorei alguns anos para digerir", comentou Cocu, outro a falhar diante do ex-goleiro brasileiro.

Van Bronckhorst vê união e cobra evolução

A Holanda tem recebido elogios da torcida, dos meios de comunicação e de outras seleções. Pela forma ofensiva como joga, pelos atletas que compõem a esquadra laranja, enfim, por diversos motivos. Mas para os próprios jogadores holandeses ainda é necessária melhora e esta será cobrada a partir deste jogo contra o Brasil, hoje, no Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth.

Não jogamos bonito, mas vencemos. Podemos jogar melhor e espero mostrar isso quando precisarmos, agora contra o Brasil. O ambiente é muito bom, somos um grupo unido. Temos jogado por quatro, seis anos juntos e sabemos da nossa força. Lutamos um pelo outro e todos têm que acreditar que podemos ganhar a Copa", disse o lateral-esquerdo e capitão da equipe Giovanni Van Bronckhorst.

Mantendo discurso coeso ao dos companheiros e ao do técnico Bert van Marwijk, o jogador também promete ir com tudo para cima dos brasileiros, independentemente das derrotas do passado. "Queremos ganhar. Os jogos do passado (nas Copas de 1994 e 1998) não caíram para nosso lado, mas agora tem de ser diferente. Temos de ganhar do Brasil. Estamos confiantes e faremos tudo para ganhar", comentou Van Bronckhorst. "Queremos também ser campeões mundiais. Então, temos de vencer. Estamos confiantes."

E essa confiança está cercada pelo discurso de cobrança feito pelo técnico Van Marwijk. Segundo ele, a Holanda "não poderá permitir-se nenhum erro". "Meus jogadores não poderão cometer falhas. Terão de pressionar o suficiente para impedir a armação do jogo que os adversários pretendem", disse o treinador. "O Brasil tem estabilidade, autenticidade. Arma sem se precipitar, partindo para o ataque na presença de uma falha", completou o treinador.

Van Der Vaart - O meia Rafael van der Vaart voltou a treinar ontem. Após lesionar a panturrilha esquerda durante treinamento no domingo, ficou fora do duelo das oitavas de final contra a Eslováquia, mas deve estar à disposição de Van Marwijk para o duelo de hoje. Seu maior concorrente para a vaga é Kuyt.




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