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Américo Perrella e Leonel Damo; Antonio Simões e Hidetoci Nakano

Mauá e Ribeirão Pires foram às urnas em 30 de novembro de 1969 para a escolha dos seus novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. As administrações de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Rio Grande da Serra ainda tinham três anos pela frente

Por Ademir Medici
23/02/2021 | 07:00
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ELEIÇÃO 31

Tempo das sublegendas, invenção de 1966 dos militares quando da troca do pluripartidarismo pelo bipartidarismo, o que sepultou antigas siglas, passando por cima da história.
Em 1969, Mauá e Ribeirão Pires elegeram prefeitos da Arena, o partido oficial; o MDB também teve candidatos nas duas cidades, mas a vitória arenista foi insofismável.
Em 1969, no Brasil, foram às urnas 903 municípios de dez Estados e três territórios.
No Estado de São Paulo, houve eleições em 67 cidades. A vitória da Arena descortinou-se desde logo, já que o MDB só apresentou candidatos a prefeito e vice-prefeito em 33 municípios paulistas.

A tripla vitória em Mauá.

A troca do MDB pela Arena em Ribeirão Pires.

Arenistas recorrem a Tito Costa.

Mandatos de três anos

471 – Em Mauá saíram candidatos a prefeito um arenista e três emedebistas. Américo Perrella, pela Arena, conseguiu 7.161 votos e foi eleito; a soma de votos dos três candidatos do MDB – Amaury Fioravante, José Mario Lacava (Juca) e Anselmo Walendy – foi inferior à votação de Perrella: 7.161 votos contra 5.584 das três sublegendas adversárias.

472 - Entrevistamos Américo Perrella para o livro De Pilar a Mauá. E recebemos dele vários documentos, um dos quais a sua propaganda a prefeito. Como slogan, “Um bom candidato supera três”. E foi o que ocorreu, elegendo-se o vice-prefeito Leonel Damo, futuro prefeito.
473 – Em Mauá, nas eleições de 1969, a Arena conquistou oito cadeiras à Câmara Municipal, e o MDB, cinco. Foram reeleitos apenas quatro vereadores: Benedito Loiola de Lima, Francisco Moacyr Garcia, José dos Santos Almeida Filho e João Sasaki.
474 – Em Ribeirão Pires, a Arena lançou em 1969 dois candidatos: Antonio Simões e Valentino Redivo (o Tatu); e o MDB saiu com candidato único, João Batista Rocha. Deu Simões, da Arena 2, com 2.128 votos; Redivo, da Arena 1, ficou com 2.128 votos e Rocha com 974.
Como vice-prefeito, o companheiro de Simões foi Hidetoci Nakano.
Nota – Nas eleições municipais anteriores (1966), Simões e Nakano saíram candidatos pelo MDB: Simões foi eleito vice-prefeito; Nakano, vereador. Agora, nova vitória, pela Arena.
475 –  “Uma característica em Antonio Simões, rara nos políticos de hoje, é que ele não criticava e não levantava problemas. Quando surgia um problema ele se perguntava: o que precisamos fazer para resolvê-lo? E ia à luta, mobilizando gregos e troianos, até que a questão fosse resolvida”.
Cf. Eduardo Camargo, jornalista, que faz a apresentação de um livro de memórias do Antonio Simões, com texto de Pedro Manoel Cordeiro, da Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires: “Etapas Evolutivas de Ribeirão Pires” (2008).
476 – Nas eleições de 1969, a Câmara Municipal de Ribeirão Pires elegeu 11 vereadores: nove da Arena, dois do MDB. Apenas cinco vereadores foram reeleitos: Antonio dos Santos, Chicrala Chiedde, Raymundo Batista Viana, Renato Costa e Alberto Bottacin.
477 – A Arena venceu na maioria das cidades brasileiras em 1969. O MDB ganhou em alguns municípios importantes, entre as quais Guarulhos e Osasco.
478 – As lideranças arenistas, mesmo com a vitória, tinham uma preocupação: a subdivisão da Arena em sublegendas era um convite à divisão partidária.
479 – Em 1969, um nome aparecia como especialista na legislação eleitoral: o advogado e jurista Antonio Tito Costa, com história na região. O futuro prefeito de São Bernardo, pelo MDB, era constituído por deputados no processo de impugnação do registro da Comissão Executiva da Arena.
480 – Américo Perrella e Antonio Simões, hoje falecidos, e todos os demais prefeitos e vereadores eleitos em 1969, teriam mandatos a cumprir de apenas três anos.
Em Mauá e Ribeirão Pires a posse dos eleitos foi em 1º de fevereiro de 1970. As eleições municipais seguintes, as de 1972, seriam realizadas num mesmo dia, numa coincidência estabelecida por lei que ocorre até hoje, mesmo com a prorrogação de mandatos futuros em duas ocasiões.

LEMBRANDO...
No regime militar, não eram realizadas eleições para escolha de prefeitos nas capitais de Estado, nas áreas de segurança nacional (caso de Santos) e nas estâncias hidrominerais (como Campos de Jordão).
Em 1970 tomaram posse os prefeitos nomeados pelo governador Abreu Sodré para as estâncias. No ato de posse, em 2 de fevereiro de 1970, discursou o secretário da Justiça de São Paulo, professor Hely Lopes Meirelles:
- Quando os prefeitos são eleitos, a responsabilidade é do povo que os elege; quando são nomeados, é do governo que os escolhe.
- Sois prefeitos da Revolução e, pois, prefeitos da renovação: renovação de ideias, de hábitos, de estilos de administrar.
Nota – Para o noticiário das eleições de 1968 em Ribeirão Pires contamos, novamente, com a colaboração de Marcílio Duarte, do Museu Municipal Família Pires.
 

Diário há meio século

Terça-feira, 23 de fevereiro de 1971 – ano 13, edição 1468
Manchete – Gomide está no Brasil. Fim do cativeiro
Rio – O conselheiro Aloísio Gomide, cônsul brasileiro no Uruguai, chegou ontem (22 de fevereiro de 1971) ao Rio de Janeiro. O diplomata brasileiro permaneceu desde 31 de julho de 1970 em poder dos tupamaros, totalizando 200 dias de cativeiro.

Em 23 de fevereiro de...

1921 – A professora Scilla Gonçalves foi nomeada para assumir a 2ª Escola de Paranapiacaba.

Hoje

- Dia Nacional do Rotary

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- Policarpo
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