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Política externa de Lula vai buscar negócios com novos na UE
01/05/2004 | 00:11
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Os países do Leste Europeu são o novo alvo da política comercial brasileira. Depois de realizar missões para novos mercados como Índia e China, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e o presidente da Apex, Juan Quirós, visitam a Hungria, República Tcheca e Polônia no início de maio. Como resultado da prospecção de mercado e promoção comercial, o governo espera aumentar em até 15% as exportações para esses futuros integrantes da União Européia em 2004.

Aumentar as vendas de calçados, cosméticos, têxteis, alimentos e bebidas é parte da estratégia para elevar as exportações brasileiras para os três países, que atualmente são de US$ 191,7 milhões. 'Esse é o momento certo para intensificar o intercâmbio comercial com o leste Europeu', diz Quirós.

A partir deste sábado, a União Européia conta com dez novos membros, todas nações do leste do continente. Quirós não acredita que o Brasil vá sair prejudicado com a integração dos novos países. 'Ainda somos muito mais competitivos, o euro está muito valorizado.'

Antes de visitar os países do leste europeu, Furlan e Quirós inauguram a mostra sobre o Brasil na sofisticada loja de departamentos Selfridges, em Londres. De 5 a 31 de maio, a sede da loja mostrará centenas de produtos brasileiros, entre roupas de grife, calçados, jóias e alimentos, apresentados de forma inovadora – trabalho coordenado pela cenografista Bia Lessa. Uma réplica do Cristo Redentor, de 14 metros, será instalada sobre a marquise da entrada da loja, e a escola de samba Beija Flor estará lá.

OMC – A vitória do Brasil contra os Estados Unidos na OMC (Organização Mundial do Comércio) foi uma ducha de água fria na possível retomada das negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Reunidos na quinta-feiraem Washington, os co-presidentes da Alca – o americano Peter Algeier e o brasileiro Adhemar Bahadian – viram-se diante do desafio de encontrar um caminho para formalizar a situação de paralisação total das negociações e apresentá-la aos outros 32 sócios dessa empreitada.

A decisão deverá ser encontrada na próxima rodada entre Bahadian e Algeier, marcada para segunda-feira, também em Washington. Em Londres, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o representante dos Estados Unidos para o Comércio, Robert Zoellick, ainda tentam explorar uma via alternativa para lidar com o impasse na área agrícola, convencidos de que conseguem obter mais avanços nas suas conversas diretas do que nas negociações entre os seus subordinados. Nas últimas duas semanas, ambos trocaram cartas nas quais expuseram pontualmente os temas que poderiam ser trabalhados para romper a paralisia das negociações.

Na sexta-feira, os negociadores americanos informaram a Bahadian e sua equipe que a condenação da OMC aos subsídios concedidos pelo governo americano aos seus produtores de algodão travou as possibilidades de Washington apresentar qualquer concessão na área agrícola na Alca. Essa situação tornou-se clara depois das duras reações do setor agrícola e do Congresso americano à decisão da organização. Diante dessa situação, o Mercosul tenderia a retirar sua oferta ampliada para os capítulos de acesso a mercados de bens e de serviços, apresentada como um sinal de interesse do bloco no andamento das negociações.

Na prática, se não for contornada por Amorim e Zoellick, essa situação traz a impossibilidade de ambos os lados chegarem a um consenso sobre o acordo geral da Alca, que definirá os direitos e as obrigações para todos os 34 parceiros.




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