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Siraque diz que Saulo Abreu se comportou como moleque
Por Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
08/06/2006 | 08:08
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“Moleque.” Dessa forma o deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-Santo André) classificou o secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho. Os dois protagonizaram, terça-feira, um embate acalorado, com troca de acusações – que por pouco não chegou agressão física –, durante sessão extraordinária da Comissão de Segurança Pública da Assembléia.

Nas mais de cinco horas de depoimento, Saulo praticamente não respondeu às perguntas dos parlamentares sobre os recentes confrontos da Polícia com integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e em alguns momentos foi irônico. “É uma pessoa bastante desequilibrada que não tem a mínima condição de exercer o cargo de secretário de Estado”, desabafou o petista.

Vice-presidente da Comissão, Siraque começou presidindo a sessão, até a chegada do titular, Afanasio Jazadji (PFL). No momento mais tenso, Siraque chegou a arrancar o microfone das mãos de Saulo, que tentava falar com o público. “Ele não podia ter se utilizado do microfone para falar com a platéia, já que estava na condição de acusado. Foi uma afronta à Assembléia”, justificou quarta-feira o deputado, que diz ter sido ameaçado pelo secretário. “Em outro momento, ele (Saulo) falou que o ‘bicho ia pegar lá fora’. Me chamou para a briga, como um moleque.”

Por conta disso, Siraque disse que por pouco não deu voz de prisão ao secretário. “Rigorosamente eu deveria ter mandado prendê-lo por desacato a autoridade. Só não fiz isso para não criar mais tumulto e para não constrangê-lo. Mas ele deveria ter saído da Assembléia dentro de um camburão.”

O deputado do Grande ABC também criticou a presença de mais de 40 viaturas no estacionamento da Assembléia e de pelo menos 100 policiais civis e militares no plenário Franco Montoro, para, segundo ele, garantir a ‘claque’ a Saulo. “Os policiais foram a mando dele, inclusive o delegado seccional de Santo André, Luiz Alberto de Souza Ferreira, que deveria estar nas ruas investigando crimes. A polícia não existe para defender interesses do secretário e sim do Estado. Ele fez os policiais de palhaço.”

Além dos crimes atribuídos ao PCC, Saulo também foi convocado para dar explicações sobre a falta de segurança nas escolas públicas. “Vamos entrar com representação por crime de responsabilidade no Ministério Público contra essa imposição do secretário aos policiais”.

Quarta-feira, a Comissão de Segurança aprovou a convocação do ex-secretário de Administração Penitenciária Nagashi Furukawa, que após deixar o governo trocou farpas públicas com Saulo. “A culpa é do PSDB. Existe uma briga entre eles e nós queremos defender os interesses da população”, disse Siraque.




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