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Vendas de veículos crescem no País, mas têm queda da região

Números locais recuaram 2,09%, enquanto que nacionalmente houve alta de 3,54%

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
05/11/2020 | 00:05
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Na contramão do cenário nacional, as vendas de veículos zero-quilômetro na região registraram queda em outubro. Na comparação com setembro, a queda foi de 2,09%, com registro de 2.851 emplacamentos. Em relação a outubro do ano passado, quando 5.002 veículos haviam saído das concessionárias do Grande ABC, a retração é de 43%.

Os números foram divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

No País, foram vendidas 215.053 unidades, o que representou uma alta de 3,54% em relação a setembro. Foi o maior volume do ano, mas ainda abaixo do ritmo de até um ano atrás. Quando comparadas ao mesmo mês de 2019, outubro mostra redução de 15,11% no total de veículos que saíram das concessionárias.

No acumulado dos dez primeiros meses de 2020, foram emplacados 85,4 mil veículos, número 30% menor do que o mesmo período do ano passado, mas que vem demonstrando uma recuperação gradual mês a mês. No Grande ABC, foram vendidos 24.017 veículos de janeiro a outubro e, no mesmo período do ano passado, 43.243. Tombo de 44,46%.

Se forem consideradas também as vendas de motocicletas – que somam 96.159 unidades no País, sendo 1.153 na região –, outubro é o sexto mês seguido de alta nas vendas e o melhor resultado do ano, até o momento.

“O mercado vem, gradativamente, retomando bons patamares de venda. Ainda que com o mesmo número de dias úteis de setembro (21), em outubro tivemos o maior volume de emplacamentos de 2020”, afirmou o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

Mesmo com cenário diferente do nacional, para o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, seria precoce realizar uma análise mais pessimista do mercado de carros novos na região.

“Ainda é um pouco cedo para a gente apontar tendências, acredito que há uma retração cíclica do mercado automotiva, que estava completamente paralisado há alguns meses”, analisou, ao complementar que a saída de fabricante do setor, a Ford, que fechou fábrica em São Bernardo há um ano, também pode ter pesado desfavoravelmente.

Outra explicação pode ser que o consumidor da região esteja mais cauteloso em relação aos gastos, principalmente por causa das medidas de redução de salário, anunciadas pelo governo como auxílio às empresas por causa da pandemia, além dos lay-off (suspensão temporária do contrato), adotada largamente pelas montadoras da região. “Estamos em um momento de mais cautela, mas ainda assim é necessário analisar um período maior para apontar uma tendência. Será interessante acompanhar como o consumidor vai lidar com a entrada do 13º salário e como as vendas devem se comportar”, assinalou Balistiero.

POR CIDADE

Em outubro, foram vendidos 993 veículos em São Bernardo, 922 em Santo André, 373 em São Caetano, 268 em Diadema, 218 em Mauá, 67 em Ribeirão Pires e dez em Rio Grande da Serra.

O resultado mensal regional vem caindo desde agosto, quando registrou a venda de 3.114 unidades, sendo que em julho haviam sido comercializadas 3.804. Em setembro, a venda de veículos somou 2.912 e, em outubro, 2.851.
 




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