Economia Titulo
Juros às famílias sobem em dezembro
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
14/01/2011 | 07:00
Compartilhar notícia


As medidas tomadas pelo BC (Banco Central) para conter o crédito refletiram no consumidor. A taxa média de juros às pessoas físicas em operações de crédito apresentou sua segunda alta consecutiva mensal em dezembro. O preço dos empréstimos no mês passado ficou em 6,79% ao mês, superando os 6,74% registrados em novembro. E a previsão é de que até fevereiro o valor cobrado pelo crédito continuará subindo.

Este foi o maior percentual desde julho, quando o registro foi de 6,85%. Transformando em taxa anual, os juros médios de dezembro foram de 119,97%, enquanto em julho era de 121,46%. Os dados são do levantamento divulgado ontem pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

"Não foi surpresa. Depois das medidas tomadas pelo BC no dia 3 de dezembro, era esperado alta no custo do crédito", afirmou o coordenador das pesquisas de juros da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. "Até fevereiro é esperado que os juros subam. Mas março dependerá do que o BC vai fazer", acrescentou.

Para manter a economia do País sem risco de inflação elevada, o BC utiliza de ferramentas para segurar o crédito. Desaquecendo a demanda por empréstimos, a autarquia monetária espera que a procura por produtos e serviços diminua, o que faria com que os preços subissem menos, estabilizassem ou até caíssem.

Um dos principais mecanismos para segurar a inflação é a Selic - taxa básica de juros do País. Na teoria, sua elevação resulta em encarecimento do crédito e diminuição da demanda interna.

No entanto, a Selic não é alterada desde julho, quando os diretores do Banco Central decidiram por aumentar de 10,25% ao ano para 10,75% ao ano.

Oliveira ressaltou que a elevação dos custos dos empréstimos, em dezembro, foi reflexo do aumento dos depósitos compulsórios e a majoração do requerimento de capital para as operações de crédito às pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses.

A entidade revelou que o encarecimento do crédito às famílias foi puxado por quase todas as modalidades pesquisadas.

As exceções foram o cartão de crédito, que manteve 10,69% ao mês, e o cheque especial, que teve redução de 0,02 ponto percentual e ficou em 7,57%.

O juro no comércio ficou em 5,69% ao mês. Os bancos cobraram 2,40%, em média, pelo CDC (Crédito Direto ao Consumidor). Ambas taxas foram superiores ao mês anterior.

No empréstimo pessoal, os bancos elevaram a taxa média para 4,77% ao mês. E as financeiras, na mesma modalidade de crédito, ampliaram o custo para 9,64% ao mês.

Os juros do capital de giro e conta garantida para empresas tiveram redução, no entanto, o desconto de duplicata encareceu.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;