Setecidades Titulo Em duas semanas
Doria muda discurso após elogiar capacidade de atendimento da região

Governador atestou boa oferta de leitos para Covid na inauguração do
HU de São Bernardo; critério é fundamental para flexibilizar quarentena

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
29/05/2020 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


Em duas semanas a imagem que o Estado tinha do Grande ABC na luta contra a Covid-19 mudou. No dia 14 de maio, o governador João Doria (PSDB) veio até São Bernardo para inaugurar o Hospital de Urgência, principal equipamento de saúde exclusivamente voltado para o combate da doença no Brasil, e fez elogios à estrutura, que desafogou a região na questão de leitos de alta, média e baixa complexidades, com a adição de 250 novas acomodações – 170 de enfermaria e 80 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Na quarta-feira, porém, ao anunciar o plano de flexibilização, o tucano manteve a restrição absoluta nas sete cidades e diminuiu a rigidez só na Capital. A quantidade de leito por habitante é um dos principais indicadores do governo para liberar uma região ou um município da quarentena.

Na ocasião da inauguração, Doria elogiou a estrutura do equipamento de São Bernardo e chamou atenção pela capacidade de atender a toda região. “O Hospital de Urgência atende o Grande ABC, não apenas São Bernardo. Com isso, melhora a condição de oferta de leitos de UTI, essencial para o controle do coronavírus. São Bernardo dá exemplo de referência para o setor médico”, comentou o governador.

Além de São Bernardo, outras duas cidades do Grande ABC também abriram leitos nas duas últimas semanas. São Caetano ampliou em 50 acomodações de enfermaria o hospital de campanha, que funciona dentro do Hospital São Caetano, agora com 100 vagas. O município deixa claro que tem possibilidade de expansão, de acordo com a demanda, tanto que na quarta-feira tinha apenas 60% dos 40 leitos de UTI ocupados e usava 78% das vagas de enfermarias exclusivas para tratar da doença.

Santo André também acompanha a evolução da doença para ofertar novas vagas para a população. Há uma semana abriu as portas do segundo hospital de campanha montado no município. Depois de ver a estrutura do Complexo Pedro Dell’Antonia chegar a 70%, a cidade inaugurou mais 120 leitos – sendo dez de UTI – no Estádio Bruno Daniel. O município ainda tem mais um equipamento em fase final de construção, na quadra da UFABC (Universidade Federal do ABC), que será aberto apenas quando houver necessidade. Santo André informou na quarta-feira que estava usando 70% dos leitos de UTI para a doença e 47% dos de enfermaria.

PESQUISA
Além da quantidade de leitos, o Grande ABC está amparado por estudo realizado em maio pelo Instituto Votorantim, que avaliou o IVM (Índice de Vulnerabilidade dos Municípios) das 5.570 cidades do Brasil, levando em conta fatores como a proporção da população idosa, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita, número de leitos hospitalares, acomodações de UTI e a quantidade de respiradores a cada 100 mil habitantes. São Bernardo figurou como o segundo município menos vulnerável de todo o País. São Caetano (18º), Mauá (49º) e Santo André (62º) também se posicionaram entre os 100 primeiros.

Esses são alguns dos argumentos das prefeituras da região para pedir ao governo do Estado, ao menos, tratamento igualitário com a Capital e que a quarentena também fosse flexibilizada no Grande ABC a partir de segunda-feira.




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