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Mercedes dá licença a 480 funcionários

Afastamento por um mês visa equilibrar estoque da montadora

Por Soraia Abreu Pedrozo
do Diário do Grande ABC
08/05/2012 | 07:00
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Com o intuito de contornar a redução na demanda de caminhões e balizar a produção, a Mercedes-Benz concedeu ontem licença remunerada de um mês a 480 trabalhadores contratados por prazo determinado.

Os funcionários foram admitidos em meados do ano passado em contrato de seis meses, que foi renovado por mais seis para trabalharem no terceiro turno da montadora, que estava sendo aberto à época.

Os profissionais temem que, ao término do contrato, quando geralmente parte é absorvida pela empresa e efetivada, eles sejam dispensados. "Estamos assustados, pois mesmo os efetivados estão folgando pelo menos um dia na semana. Hoje (ontem) mesmo estamos em casa", contou um funcionário que preferiu não se identificar. "Sentimos que não está havendo mais a comunicação que tinha antes. Sempre ficávamos sabendo de tudo. Mas, agora, estamos com medo."

Os 480 profissionais ficarão em casa até o dia 4, informou a Mercedes-Benz. Essa não é a primeira vez no ano que eles ficam afastados. Entre os dias 2 e 11 de abril os trabalhadores da linha de montagem da montadora tiveram férias coletivas.

CENÁRIO - Desde o início do ano, a produção de caminhões demonstra dificuldades nas vendas. Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) apontam que, em abril, foram fabricadas 11.586 unidades, 27,2% a menos do que em março. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o recuo é de 23,4%. Considerando o acumulado do ano, a produção despencou 30,3%, com 42.902 veículos. A situação se justifica pela antecipação das compras de caminhões com tecnologia que seguiam a norma de emissão de poluentes Euro 3 (que vigorou até o fim de 2011). Desde janeiro, as fabricantes têm de produzir modelos com tecnologias que seguem a norma de emissão de poluentes Euro 5 - em que os veículos eliminam menos (dióxido de carbono), porém, são até 15% mais caros. Além disso, as montadoras alegam dificuldade na liberação do financiamento dos veículos por parte dos bancos, o que complica ainda mais o cenário.




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