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Região fará teste em massa da Covid-19

Consórcio vai comprar 1 milhão de provas ainda nesta semana;
distribuição e investimentos serão proporcionais ao tamanho das cidades

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
31/03/2020 | 00:01
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Josué Mamacena/Fiocruz/Fotos Públicas


O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC anunciou ontem, por meio das redes sociais, que vai comprar 1 milhão de testes do novo coronavírus nos próximos dias. A ideia é realizar a aquisição até o fim desta semana para que na segunda quinzena de abril as unidades de saúde das sete cidades do Grande ABC já comecem a receber os kits para comprovar as suspeitas da Covid-19 nos pacientes.

A medida foi anunciada pelo presidente do Consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (Cidadania), e do vice-presidente e prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV). Eles destacaram que iniciaram as buscas para compra dos testes ontem, pela empresa Bosom Biotech, de São Paulo. “Faremos visita à empresa para checar se há estoque disponível para venda, a validade de todos os testes e como isso está estocado. Se tudo estiver certo, efetuaremos a compra”, avalia Maranhão.

O presidente do Consórcio também observa que a iniciativa é para desafogar os inúmeros testes enviados ao Instituto Adolfo Lutz, que está sobrecarregado e demorando muito para dar os resultados. “Soubemos que existe demora de 20 a 30 dias para sair o resultado dos exames e isso nos impulsionou a dar início nesta medida de trazer os testes para a região”, conta.

Já de acordo com Lauro Michels, o material será dividido proporcionalmente conforme o número de habitantes de cada município. “Esta curva na demora dos resultados que nos preocupou. Então, a intenção é comprar esses kits via Consórcio e distribuir às cidades para acelerar este processo”, detalha o chefe do Executivo de Diadema.

Ainda segundo informações do Consórcio, o volume estipulado possibilita a realização de testes em 36% dos munícipes na região – o Grande ABC conta com aproximadamente 2,8 milhões de habitantes, conforme estimativas na população calculadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do ano de 2019.

Ao todo, o valor estimado da compra é de R$ 4,8 milhões, sendo US$ 0,80 por kit – cerca de R$ 4,14. As administrações municipais vão repassar os valores provenientes de recursos destinados pelos governos estadual e federal por meio do Fundo Municipal de Saúde, de acordo com os materiais recebidos por cidade.

O Consórcio ainda não divulgou o valor do repasse de cada município, pois ainda está realizando visitas técnicas nas unidades de saúde para finalizar a proposta de compra. Mas, de acordo com informações iniciais, com 300 mil kits, São Bernardo receberá a maior quantidade. Depois seguem Santo André, com 255 mil; Mauá, com 170 mil; Diadema, com 150 mil; São Caetano, com 60 mil; Ribeirão Pires, com 45 mil; e, por último, Rio Grande da Serra, com 20 mil. 

Entidade também visa o combate à fome

Os sete prefeitos da região, por meio de videoconferência realizada ontem, decidiram que, na próxima semana, terá início programa emergencial de combate à fome e apoio à vida em toda o Grande ABC. O principal objetivo da iniciativa é estimular doações de cestas básicas e kits de higiene.

Presidente e vice do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Gabriel Maranhão e Lauro Michels, respectivamente, destacaram que vão iniciar a medida, pois a ajuda financeira do governo federal será insuficiente para atender às pessoas. Atualmente, de acordo com eles, são quase 80 mil famílias assistidas na região pelo Bolsa Família.

Para dar início à campanha, os prefeitos deliberaram a compra de 20 mil cestas com kits de higiene pelo Consórcio, além de cada prefeito realizar a doação de mais 50 cestas básicas. “A ideia é levar gêneros de primeira necessidade às famílias mais vulneráveis, como forma de minimizar os impactos econômicos do novo coronavírus. É uma ação emergencial devido à gravidade do momento”, afirmou Maranhão (Cidadania), que também é prefeito de Rio Grande da Serra.

O Consórcio ainda destaca que vai buscar doações com a iniciativa privada, mas adiantou que essa é uma ação embrionária – a Volkswagen e o polo petroquímico já fizeram doações. “Estamos preocupados com as pessoas que vivem só do Bolsa Família e precisam desta ajuda. Então, chamamos os empresários da região para nos ajudar com essas doações”, detalha Michels (PV), chefe do Executivo de Diadema.

OUTRAS MEDIDAS
O Consórcio vem adotando série de iniciativas no combate ao novo coronavírus. Uma delas entrou em vigor definitivamente ontem, que foi o realinhamento nas frotas dos ônibus municipais.

A entidade, que havia divulgado a suspensão total das 200 linhas de ônibus nas sete cidades da região, decidiu, junto ao governo estadual, que o transporte coletivo municipal funcionará com frota de 50% nos horário de pico – a partir das 17h – e de 30% nos demais horários. Aos fins de semana e feriados, a frota será de 30% nos horários de pico e de 15% nos demais horários.

A medida visa atender os profissionais da saúde, segurança pública e moradores que trabalham em empresas focadas em atender demandas contra o novo coronavírus.




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