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Seqüestrador 'Gordo' é preso em casa no litoral
Glauco Araújo
Do Diário do Grande ABC
03/05/2003 | 18:48
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Mais um integrante da quadrilha que seqüestrou, torturou e matou o comerciante de São Bernardo Jackson Wataru Kowati, 24 anos, em julho do ano passado, foi preso por investigadores da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes). Synésio José da Silva Filho, o Gordo, foi capturado na casa da mãe na favela do Areião, no Guarujá, litoral paulista, às 18h30 de quinta-feira. Até sexta, a polícia já prendeu dez pessoas envolvidas no seqüestro. Duas, sem identificação, ainda continuam foragidas.

Gordo revelou à reportagem do Diário que chegou a escapar de dois cercos policiais feitos para prendê-lo no Guarujá. "Em uma das fugas, vi as viaturas da polícia e corri para o meio do mato. Fiquei quatro dias escondido na mata do Perequê. Tomava apenas água de coquinho", contou.

Ele confessou a participação no seqüestro do comerciante, mas negou ter seqüestrado os dois filhos de uma pecuarista na cidade de Itapetinga, no interior da Bahia, em outubro de 2001. Ele foi reconhecido por fotografias pelas duas crianças. Na ocasião, o resgate de R$ 500 mil foi pago em Santo André. Apenas R$ 150 mil foram recuperados. Oito pessoas ligadas a este crime foram detidas e apenas Gordo ainda estava foragido.

O inquérito da investigação do seqüestro dos filhos da pecuarista foi o mesmo usado pela polícia local para grampear várias pessoas no Estado e que envolveria o senador Antonio Carlos Magalhães.

Gordo disse que não concordou em cortar uma das falanges do dedo mínimo do comerciante. Ele teria saído do cativeiro, junto com Norberto da Silva Nogueira, o Fininho, antes da tortura. "Não quis ver isso". Segundo ele, quem cortou o dedo da vítima foi Roberto de Souza Ramalho, 23 anos, o Mosquito, mentor do seqüestro, detido no ano passado por investigadores da Dise.

Synésio ainda é suspeito de usar documentos falsos. De acordo com a polícia baiana, o verdadeiro nome dele seria Antonio Jesus dos Santos. "Apenas meu pai é da Bahia, mas nunca estive lá desde que ele morreu".

Desde o encontro do corpo do comerciante, no dia 3 de agosto do ano passado, Gordo fugiu para o Guarujá, onde fazia bicos de pedreiro no litoral e pouco saía de casa. "Não conseguia dormir direito depois disso tudo."

Fininho se entregou à polícia na noite de quinta-feira. Ele procurou o pastor evangélico da igreja que freqüentava, em Itapetinga, para quem confessou o crime. Ele foi ao 8º Batalhão da Polícia Militar, na cidade, e, depois, levado para a 21ª Coopin (Coordenadoria de Polícia do Interior) da Bahia.

Na sexta-feira, o seqüestrador foi trazido para São Bernardo e disse que a participação dele no crime do comerciante foi pequena. "Arrumei o cativeiro."

O delegado titular da Dise, Paulo Henry Verduraz, disse que as dez prisões de envolvidos no caso foram possíveis por causa do longo cerco policial feito à quadrilha e às escutas telefônicas. "Vamos interrogá-los (Fininho e Gordo) para sabermos a razão da morte da vítima e quem fez a sugestão para a escolha da vítima".




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