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Mais seis mísseis Al-Samoud II são destruídos, diz Iraque
Por Da AFP
06/03/2003 | 11:47
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O Iraque anunciou nesta quinta-feira a destruição de seis mísseis proibidos Al-Samoud II sob supervisão da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a fonte iraquiana, que não quis se identificar, os mísseis estão sendo destruídos em Al-Taji, Norte de Bagdá.

Nove mísseis iraquianos proibidos Al-Samoud II foram destruídos na quarta-feira sob supervisão da ONU, elevando para 28 o número total de dispositivos eliminados desde o dia 1º de março, segundo o diretor-geral do Ministério da Informação iraquiano, Udai al Tai.

Mas o presidente do Iraque, Saddam Hussein, considera injustificada a destruição dos mísseis. Durante uma reunião com autoridades militares, na quarta-feira, Saddam disse que os Al Samoud II não superavam o alcance de 150 km autorizado pela ONU, mas somente "entre 10 e 12 km nas provas". "Podem atingir Israel? Podem atingir os Estados Unidos?", questionou.

Segundo Saddam Hussein, o verdadeiro objetivo de ordenar a destruição desses mísseis é "afetar a moral do povo iraquiano" antes de um eventual conflito com os Estados Unidos.

O programa de destruição envolve uma centena de mísseis e a ONU quer eliminar prioritariamente os que estão instalados nas unidades do exército. Segundo fontes diplomáticas, o número desse tipo de míssil chegaria a 73.

O chefe dos inspetores de desarmamento da ONU, Hans Blix, disse na quarta-feira que o Iraque tem cooperado desde o mês passado, mas se negou a precisar se está atendendo às exigências do Conselho de Segurança para eliminar seu arsenal.

Ele elogiou a decisão do Iraque de destruir seus mísseis Al Samoud, o que qualificou de "desarmamento real", e disse que estão desenterrando "espontaneamente" armas químicas e biológicas como gás UX e antraz.

Mas ao ser perguntado se o Iraque está cumprindo "completamente" a resolução 1441 do Conselho, que ordena seu desarmamento, Blix respondeu: "Há muitas perguntas neste mundo que não devem ser respondidas nem com sim nem com não".

A resolução, aprovada por unanimidade, advertiu ao Iraque sobre "sérias conseqüências", a menos que declarasse todo seu arsenal, e lhe exigiu que cooperasse completamente com os inspetores.

Mas o Conselho, que deverá escutar o informe de Blix nesta sexta-feira, está dividido sobre uma nova resolução que teria o objetivo de acabar com as inspeções e desarmar o Iraque pela força, cujo projeto foi apresentado pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Espanha.

França e Rússia, que apresentaram propostas para reforçar e prolongar as inspeções, disseram ontem que não permitirão a aprovação de uma nova resolução.

Ao responder a perguntas em uma entrevista à imprensa, Blix selecionou respostas com muita cautela, para não dar munições às partes contra e a favor da guerra. "Não vou fazer o jogo de ninguém".




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