Cíntia Bortotto Titulo Bolsonaro
O novo governo e o mercado de trabalho
Por Cíntia Bortotto
19/11/2018 | 07:04
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O novo governo certamente começará cheio de expectativas. A maioria do empresariado, de todos os segmentos – agrobusiness, tecnologia, varejo – defendeu muito mais a campanha de Bolsonaro, porque a esquerda ficou muito vinculada à corrupção e desvincular o País disso era uma preocupação para atrair investimentos. Algumas políticas públicas voltadas ao empresariado que Bolsonaro prometeu também geraram este apoio.

Vejo a geração de um movimento mais otimista, não exacerbado, se considerarmos o cenário macroeconômico. Há grande expectativa para as reformas previdenciária e política. É também uma luz no fim do túnel quando falamos em custo Brasil.

E qual será o impacto disso tudo no mundo corporativo?

Se por um lado há o cenário do empresariado, que vê o copo meio cheio, não podemos ignorar a polarização entre as pessoas. Colegas que antes trabalhavam bem juntos, que se admiravam, passaram a não mais se comportar assim. Há um grande trabalho a ser feito de aceitação da diferença, um tema que temos discutido muito em RH (Recursos Humanos). Não basta apenas aceitar quem não tem sua crença ou opção sexual, é preciso entender quem pensa diferente de você, dialogar. Por isso, a vitória de Bolsonaro precisa estar no radar do RH.

É fundamental que o novo presidente tenha cuidado em seus discursos para não polarizar ainda mais. É preciso ser mais cauteloso para que todos os brasileiros se sintam incluídos neste governo. Ações que coloquem em risco a democracia, que fomentem a não inclusão das minorias podem afetar demais nosso cenário. Por isso é importante que o presidente mostre que estas coisas não vão acontecer e que tenha preparo em termos de controle emocional para estar à frente do executivo.

Sempre que temos processos otimistas, com possibilidade de investimento, disponibilidade de recursos e fundos, há perspectiva de aumento do emprego. Há mais gente se colocando formalmente, a mão de obra é mais disputada, os salários sobem. Para o trabalhador, isso é muito positivo; para o empresário, é desafio, pois o custo aumenta, precisa formar mão de obra. Acredito que teremos esse ciclo otimista nos próximos anos. Mas tudo dependerá de como o governo vai se posicionar e como será o cenário internacional, especialmente as disputas entre Estados Unidos e China.

Neste contexto, as corporações com envolvimento no mundo digital têm muito mais possibilidades. As que não se envolveram com tecnologia permanecerão em risco ou declínio, mas não será por más condições do País. O fato é que a tecnologia vai continuar substituindo empregos e processos não bem estruturados. Quem já tem um mindset inovador poderá aproveitar melhor o momento e surfar bem no otimismo.

Espero que o novo governo tenha sabedoria para levar o País a um movimento saudável.

Sigamos confiantes e boa sorte a todos! 




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