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Ruínas tipo exportação
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
29/06/2010 | 07:00
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Conseguir espaço para iniciar uma carreira artística nunca é fácil. O que dizer de estrear com uma exposição em Nova York? Pois é exatamente na Big Apple que o fotógrafo andreense Rodrigo Moreira, 31 anos, realiza sua primeira mostra individual.

Hoje ele embarca para os Estados Unidos e, de quinta-feira até 30 de julho, 15 imagens de sua autoria estarão na Jadite Galleries (www.jadite.com), em Nova York, com a exposição "Ruins from Brazil" ("Ruínas do Brasil"). "Até procurei espaço por aqui, mas esbarrei em muita burocracia. Uma pessoa chegou a me dizer que, para expor, primeiro o artista precisa ser conhecido", conta.

A solução foi pesquisar na internet galerias que trabalham com fotografia. Moreira encontrou a Jadite e enviou e-mail. Recebeu retorno e, em cerca de dois meses, assinou contrato. "O galerista (Roland Sainz) gostou do meu trabalho e me convidou. Ele dá uma força importante para novos artistas", afirma o andreense.

O que era apenas hobby de adolescente ficou mais sério quando Moreira resolveu, há dois anos, se profissionalizar. As ruínas são resultado de seu trabalho de conclusão de curso na Escola Panamericana, em São Paulo.

"Sempre me interessei por história. Com as ruínas, quis mostrar o abandono do nosso patrimônio, o pouco caso com a nossa história", explica. Para desenvolver a série de imagens, Moreira diz ter pesquisado obras com o mesmo tema realizadas por fotógrafos do século 19 e artistas de pinturas construtivistas. "É minha contribuição sobre o assunto", diz.

As cenas foram clicadas em diversos pontos do Estado de São Paulo, sobretudo em Santos e Sorocaba. No Grande ABC, a principal locação foi Paranapiacaba, em Santo André.

Moreira vai ficar em Nova York durante a primeira semana da mostra. Depois, segue para o Canadá e volta para a cidade norte-americana, onde fica até o encerramento da mostra. "Vou tirar fotos por lá. Pretendo desenvolver um olhar diferente", comenta.

Em breve, os brasileiros também devem ver suas obras expostas. "Pretendo procurar um espaço quando eu voltar", afirma o fotógrafo. Por aqui, ele só expôs uma vez, em mostra coletiva realizada em abril no Museu Brasileiro da Escultura.

Além das ruínas e uma possível boa seleção de cenas norte-americanas e canadenses, Moreira já tem em seu portfólio uma série que rende exposição: "É um trabalho de nu artístico com espelhos deformantes", conta.




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