"Será um jogo de bastante rivalidade, de jogadas fortes. Elas estão mordidas porque nós as derrotamos na final do Sul-Americano – disputado também no Poliesportivo, em agosto de 2002 –", disse o técnico Alexandre Trevisan Schneider. Para ele, as jogadoras brasileiras deverão manter a cabeça no lugar para evitar as provocações das argentinas. "Elas normalmente jogam duro, em alguns momentos são até desleais. Mas nós temos um handebol forte e é isso que vamos mostrar na quadra", afirmou o treinador.

As jogadoras rapidamente assimilaram a mensagem. "É uma rivalidade antiga. Elas vêm mesmo para acabar com o Brasil, mas nós vamos entrar em quadra determinadas e buscar a vitória", disse a ponta esquerda Valéria. A ponta direita Célia, por outro lado, aposta na disciplina. "Temos de manter a calma, pois o que elas querem é que nós entremos no jogo delas", disse a jogadora, que não admite ficar com a segunda colocação. "Já alcançamos o nosso objetivo, que era a classificação para o Campeonato Mundial – os três primeiros ficam com a vaga –, mas agora queremos o título. Além do mais, todo brasileiro quer sempre ganhar de argentino".

O técnico da Argentina, Daniel Zeballos, não se dá por satisfeito apenas com a conquista da vaga para o Mundial e garante que sua equipe tem plenas condições de ser campeã. "Podemos equilibrar o jogo contra o Brasil e, se isso acontecer, temos chance de vencer".

Brasil e Argentina fizeram campanhas distintas no Pan-Americano. Enquanto as brasileiras venceram todos os seus jogos – marcou 160 gols e tomou 48 em quatro partidas –, enquanto as argentinas sofreram duas derrotas (para o Brasil Júnior e Uruguai), marcou 78 gols e sofreu 71.

Bronze – O Uruguai faturou sábado o terceiro lugar no Campeonato Pan-Americano de Handebol ao vencer os Estados Unidos por 22 a 14. O resultado, além de garantir a medalha de bronze, ainda deu às uruguaias a terceira vaga do continente no Campeonato Mundial.