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Vitória de Paulo Serra resgata histórico político da família

Avô do prefeito eleito de Sto.André foi candidato a vice na chapa de Newton Brandão em 1963; pai chegou a assumir vaga na Câmara

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/11/2016 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


 A vitória do ex-vereador Paulo Serra (PSDB) no pleito majoritário ao Paço de Santo André há sete dias remonta histórico político da família na cidade. O resgate inicial remete há 53 anos. Operário e comerciante da Rua Senador Fláquer, Américo Pinto Serra, oriundo de Portugal e avô do tucano, aventurou-se na seara eleitoral. Foi candidato a vice-prefeito na disputa de 1963 na chapa de Newton Brandão (PSDB, morto em 2010), debutando nas urnas. Saiu derrotado na concorrência, vencida por Lauro Gomes, que havia migrado de São Bernardo, e Fioravante Zampol, vice, duas forças políticas da região, em tempo que o número dois também era votado individualmente.

Praticamente homônimo, Paulo Américo Serra, pai do prefeito eleito – o filho é chamado de Paulo Henrique pelos mais próximos –, de 76 anos, é classificado, em tom de ironia por amigos, de original. Ele postulou duas vezes vaga de vereador, sem sucesso. Em 1996, ficou como primeiro suplente pelo PP. Chegou a assumir cadeira na Câmara por um ano e meio, entre 1997 e 1998. “Eu era malufista desde os tempos de PDS (Partido Democrático Social), depois PPB (Partido Progressista Brasileiro, extintos), mas deixei a legenda faz muito tempo”, disse, referindo-se ao nome do ex-governador de São Paulo Paulo Maluf, hoje deputado federal. “O nosso lema sempre foi família, cidade, (Clube) Primeiro de Maio e Beneficência Portuguesa. Estamos seguindo esses passos”, alegou Paulo pai, ao acrescentar que Américo presidiu o clube, centenário, retratado na galeria de dirigentes. “Nasci em Santo André, assim como minha mãe. Só meu pai era português. Mesmo assim, viveu 78 anos aqui.”

Na data em que completaria 100 anos, Américo Pinto Serra teve seu nome dado como apêndice à passarela que interliga o Centro histórico ao Centro Cívico de Santo André. A homenagem foi formalizada pelo próprio neto em 2010, na época como parlamentar, tendo o aval dos colegas de Legislativo.

No dia do segundo turno, há uma semana, já no Ocara Clube, local da apuração de votos, Paulo Américo Serra parou para conceder a entrevista. Em contrapartida, no telão, o percentual a favor do filho se distanciava da marca do atual prefeito Carlos Grana (PT) – a diferença, no final, foi de quase 200 mil votos –, o que interferira no andamento da reportagem por conta das inúmeras interrupções de amigos, militantes e aliados, que o cumprimentavam pelo trabalho na campanha tucana. “Me desculpa, é muito emocionante. Gratificante é a palavra que mais define”, justificava ele, a cada abraço. “Aonde paramos (a entrevista)?”, questionava.

Paulo Serra, de 43 anos, é formado em Economia e Direito. Teve a infância na Vila Guiomar e cresceu também nos corredores da sede do Primeiro de Maio, espaço onde morou o avô, na Avenida Portugal. Participou da primeira eleição em 2004, por cadeira no Legislativo pelo extinto PFL, hoje DEM, ao lado de Itamar Fernandes. Na tentativa de renovação do mandato em 2008, pelo PSDB, ele conquistou 6.149 votos, sendo o parlamentar eleito mais bem votado da legislatura. Quatro anos mais tarde, buscou postular o cargo de prefeito. “Puxaram o tapete dele nessa ocasião”, pontuou o pai. “Naquela oportunidade (em 2012), talvez não (teria vencido o pleito majoritário). A experiência adquirida como secretário de Obras foi fundamental”, avaliou.  




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