O universo de Harry Potter está em alta. Ele comandou parte da indústria cultural entre o fim dos anos 1990 e a primeira década dos anos 2000, desde o lançamento da saga literária e as adaptações para o cinema. Mesmo com tantas aventuras já apresentadas, parece que o mundo criado pela britânica J.K. Rowling ainda tem muita coisa para ser explorada – para alegria dos fãs de diferentes gerações.

Entre discussões sobre rumos de personagens, enigmas que parecem ser eternos e teorias sobre o passado e futuro, a história da existência da comunidade de bruxos entre a realidade dos ‘trouxas’ tem muitas camadas a serem reveladas. O passo mais recente é o lançamento da versão brasileira de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada (Editora Rocco, 352 páginas), com edições em brochura (R$ 49,50, em média) e com capa dura (R$ 64,50, em média). Esse oitavo livro, na verdade, é versão especial do roteiro da peça homônima que estreou em julho, na Inglaterra, sobre um protagonista já adulto e sua relação com o filho do meio, Alvo Severo.

É preciso ficar atento ao fato de a publicação ser o ensaio de um projeto teatral. As páginas são recheadas de diálogos, com breves descrições de ambientes e situações, estimulando ainda mais a imaginação dos leitores. “Alvo está adormecido na cama do hospital. Harry senta preocupado ao lado dele. Sobre eles, há um quadro de um amigável homem apreensivo. Harry esfrega os olhos, levanta e anda pela sala. Ele estica sua coluna. Então olha para a pintura, que olha assustada por ter sido vista. Harry olha assustado de volta”, diz um trecho. Há quem possa achar estilo estranho.

Lançado originalmente em agosto, Harry Potter e a Criança Amaldiçoada teve sua tradução para o português chegando às lojas no dia 31, aproveitando todo o clima do Dia das Bruxas. As ações de marketing em livrarias em São Paulo e a movimentação dos fãs mostram que o sucesso é iminente, mesmo com as críticas se dividindo. A tiragem inicial foi de 500 mil exemplares.

PRÓXIMA ESTREIA - A popularidade da franquia continua tão quente que outra leva de filmes está pronta para invadir as salas. O personagem principal é deixado de lado para que o público embarque em viagem para período anterior ao do jovem entrar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Cerca de 70 anos antes de tudo acontecer, Newt Scamander (Eddie Redmayne, ganhador do Oscar de melhor ator por A Teoria de Tudo) perdeu alguns seres mágicos no mundo real e precisa capturá-los. Essa nova aventura será contada em Animais Fantásticos e Onde Habitam, com estreia no Brasil no dia 17.

O projeto de sobrevida cinematográfica para a saga não é modesto. A ideia é que outros quatro filmes sejam produzidos pelos estúdios Warner Bros Pictures, que já faturou mais de US$ 7,7 bilhões em bilheteria no mundo todo pelos outros sete longas-metragens. Nos Estados Unidos, as obras anteriores serão recolocadas nos cinemas para aquecer os fãs para o debut de Scamander e Johnny Depp acaba de ser confirmado no elenco da sequência. Parece que J.K. Rowling ainda tem alguns truques na manga.