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Moscou e UE tentam resolver divergências em reunião
Por Da AFP
18/05/2007 | 13:37
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Os líderes da UE (União Européia) e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, continuaram nesta sexta-feira uma ‘discussão franca’ a respeito de vários temas, enquanto o opositor russo Garry Kasparov e vários aliados tentavam sem sucesso viajar para participar de uma manifestação na cidade onde é realizada a reunião de cúpula.

"Estamos dispostos a uma discussão franca e aberta, sem temas tabus para ajudar a superar os problemas", declarou Putin no segundo dia da cúpula UE-Rússia em sua residência de repouso, a 100 km de Samara (sul da Rússia), na beira do rio Volga.

"É preciso definir concretamente onde queremos progredir, onde há um bloqueio, onde podemos enfrentar juntos os desafios que surgem, como a proteção do clima e as economias energéticas", declarou a chanceler alemã Angela Merkel, cujo país ocupa atualmente a presidência rotativa da UE.

A suspensão do embargo russo à carne polonesa, que bloqueia o começo das negociações sobre uma nova associação UE-Rússia, a crescente potência energética russa, o estatuto de Kosovo, os direitos humanos e a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC) estão entre os temas mais delicados.

No início da sessão de trabalho formal desta sexta-feira, Merkel insistiu a respeito da necessidade de uma "cooperação em matéria de energia".

A UE quer instaurar mecanismos que garantam seu abastecimento. A crise entre Moscou e seus vizinhos já levou a vários cortes na entrega de petróleo ou gás russo para a Europa.

"A Rússia não pode dançar tango sozinha. Já fizemos concessões, mas ainda não temos resposta do lado polonês", declarou o porta-voz adjunto da presidência russa, Dmitri Peskov, aos jornalistas.

O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, destacou a importância da "democracia e os direitos humanos", um tema que irrita a Rússia.

Divergências - Enquanto isso, vários opositores russos, entre eles o campeão de xadrez Garry Kasparov, não conseguiram deixar Moscou com destino a Samara, onde está prevista uma manifestação contra Putin nesta sexta-feira à tarde.

"Eles nos impediram de passar com Kasparov. Quase 25 pessoas não embarcaram", declarou o líder do Partido Nacional Bolchevique, Eduardo Limonov, por telefone do aeroporto de Cheremetevo 1, próximo de Moscou.

As autoridades alegaram problemas de "excesso de reservas de lugares no avião", afirmou. Um funcionário da polícia de transportes citado pela agência de informações russa Interfax afirmou que uma passagem havia sido emitida "com base no passaporte de outra pessoa". "Os jornalistas que conseguiram embarcar nos disseram que o avião estava quase vazio", disse o opositor Lev Ponomarev.

"Convocam as pessoas uma por uma e pedem explicações sobre a forma de compra das passagens. A polícia quer que nossas passagens não sejam validadas", afirmou Limonov.

"Não acho que a questão da não chegada de um cidadão russo a Samara, mesmo sendo famoso, seja incluída na ordem do dia da reunião cúpula", disse o policial.

O movimento "Outra Rússia", composto por organizações de oposição ao presidente Vladimir Putin, organizou uma passeata autorizada em Samara.

Mais tarde, a organização enviou uma mensagem eletrônica à imprensa anunciando que Kasparov era interrogado pela polícia por "supostas passagens de avião falsas".

A chanceler alemã Angela Merkel disse que estava "preocupada" com os obstáculos estabelecidos pelas forças oficiais para que as pessoas que queriam protestar em Samara.

"Devo dizer francamente que queria que aqueles que desejam se manifestar hoje em Samara e expressar sua opinião tivessem a possibilidade de fazê-lo", declarou Merkel, segundo a tradução do intérprete russo na entrevista coletiva concedida à imprensa.

"Estou preocupada porque alguns tiveram problemas para vir, mas espero que eles possam manifestar sua opinião", acrescentou a chanceler.




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