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Batoré fazia graça com a bola nos pés antes de virar humorista
Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
01/05/2010 | 07:00
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Ele é uma das caras mais marcantes do humor brasileiro. Parrudo e com estilo inconfundível, divertiu telespectadores na década de 1990 quando se transformou na maior audiência da Praça é Nossa, do SBT. Soube brincar com a aparência e criou bordões inesquecíveis como o "Você pensa que é bonito ser feio?" e o "Ah, para ô!". Esse é Batoré que todos conhecem. O que poucos sabem é que o desajeitado humorista jogou futebol e defendeu o Santo André em meados de 1978.

Não, isso não é piada, é verdade. Batoré foi lateral-direito que gostava de atacar e marcar gols. Além do Ramalhão, passou pelas categorias de base do São Paulo, além de Saad, Ituano e Paulista antes de encerrar a carreira de forma trágica. Em 1981, sofreu entrada criminosa e acabou trincando de uma só vez os dois tornozelos. O lance o deixou imobilizado da cintura para baixo por três meses e encerrou de forma prematura a carreira.

"Para mim isso foi sinal para que pudesse mudar de direção. Talvez não iria dar certo no futebol, e o acidente só veio comprovar que tinha que seguir para o lado do humor", conta Batoré que não resiste e por diversas vezes parou a entrevista para encaixar piadas. "Em casa, assistindo aos jogos, comecei a bolar personagens e depois que tirei o gesso inventei o homem câmera lenta que foi a porta de entrada na televisão", explica o humorista que brilhou no Show de Calouros, do SBT, comandado pelo dono da emissora, Silvio Santos.

Em pouco tempo, Batoré tinha recomendação do mandatário para ser contratado pelo SBT e depois de certa resistência, conseguiu vaga na Praça é Nossa. "Foi lá que minha carreira deslanchou. Trabalhei 18 anos no SBT, sendo onze na Praça é Nossa. Na minha despedida, registrei 24 pontos de audiência, o ápice do programa", relembra.

Mas sua história com o futebol não se resume há alguns anos como jogador. Como humorista, foi convidado por equipes como Palmeiras, Atlético-PR e Vitória para fazer apresentações nas concentrações. "Véspera de decisão é sempre tensa. Vivenciei isso. Então tive a ideia de criar apresentação onde conto piadas para os jogadores para tirar a ansiedade. Sempre funcionou", garante o humorista que ainda realiza esse tipo de serviço.

Hoje, com o nome de Ivann Gomes, Batoré (PP), elegeu-se vereador por Mauá, cidade onde escolheu para viver desde os 11 anos, quando veio de Pernambuco. Apesar de são-paulino, diz estar junto com o Santo André na decisão do Paulistão, contra o Santos. "Mauá está torcendo pelo Ramalhão, não tenho dúvidas. Quero que o time conquiste o título, mas se não ganhar temos que aplaudir os jogadores que marcaram seus nomes na história do clube", sugere.

E Batoré dá a receita para que o Santo André inverta a situação - precisa de dois gols de diferença para ser campeão. "Não pode ter medo do Santos, afinal a responsabilidade é do adversário", ressalta Batoré que pensa em se envolver no futebol de Mauá em 2011. "Está nos meus planos ajudar o Mauaense a ser forte. Ainda não sei como posso ser útil, mas quero contribuir com o desenvolvimento do futebol na cidade", finaliza.




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