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Justiça pode impedir sonho de Luxemburgo
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10/03/2004 | 00:24
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A condenação de cinco anos e três meses de prisão, por causa de crime contra a ordem tributária (sonegação de impostos), pode custar ao técnico Vanderlei Luxemburgo a não realização de um sonho: dirigir um clube espanhol. A embaixada da Espanha informou nesta terça-feira que "dificilmente" o treinador conseguirá um visto de trabalho para atuar no país ibérico, devido aos problemas com a Justiça.

A embaixada da Espanha explicou que para Luxemburgo atuar em seu país será necessário um atestado de "nada consta" de antecedentes criminais, emitido pela PF (Polícia Federal) brasileira. Apesar de juridicamente ser inocente, por ainda estar recorrendo no processo que o condenou, de acordo com a PF, a condenação contra o treinador constaria no documento emitido, o que para as autoridades espanholas "impediria, a princípio, a concessão do visto de trabalho".

"O grande problema para o Vanderlei (Luxemburgo) é que o crime contra a ordem tributária é considerado mais grave para alguns países, do que o processo de trânsito sofrido por Edmundo (atacante do Fluminense, condenado a quatro anos e meio de detenção por se envolver em um acidente automobilístico, com três vítimas fatais, em 1995)", disse o advogado criminalista e coordenador da comissão de prerrogativas da Organização dos Advogados do Brasil em São Paulo (AOB-SP), Leonardo Sica. "O Maradona (Diego, ex-craque argentino), por exemplo, não conseguiu entrar no Japão, durante a Copa, em 2002, por causa do processo de drogas." Para Sica, além da Espanha, Luxemburgo poderá enfrentar problemas e não conseguir a liberação também na Justiça brasileira.

Na semana passada, o assessor de imprensa de Luxemburgo, Luiz Lombardi, informou que o treinador recebeu três propostas de clubes espanhóis. De férias em Madri, onde visita sua filha, Vanessa, e o genro, o atacante Fabiano, do Albacete, o técnico estaria aproveitando para conversar com dirigentes espanhóis.

Luxemburgo apelou em segunda instância, em agosto de 2003 ao Tribunal Regional Federal – 2ªregião, do Rio de Janeiro, da condenação imposta pela juíza da 8ªVara Criminal da Justiça Federal, Valéria Caldi Magalhães. A tendência é a de que o processo, atualmente sob a guarda do juiz da 6ª turma do TRF Poul Erik, receba um novo veredicto em três meses. Se condenado, o treinador ainda poderá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.




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