Política Titulo Minoria no Legislativo
Grana prevê reforma
no governo até agosto

Com dificuldade de alcançar maioria na Câmara, prefeito de
Sto.André protela envio de projeto de reforma administrativa

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/05/2013 | 07:00
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Diante do impasse com o Legislativo, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), sustentou ontem que a previsão do governo é enviar à Câmara o projeto de reforma administrativa "em até três meses", ou seja, meados de agosto. A dificuldade em alcançar a maioria na Casa faz com que o petista protele o protocolo da proposta. Para a aprovação da matéria, o Paço necessita de, ao menos, 14 votos favoráveis em plenário.

Essa é a primeira vez que o prefeito estipula prazo para encaminhar o texto. Grana sempre rechaçou que o fato de ter minoria esteja emperrando o projeto. O G-12 - grupo de parlamentares que faz frente à gestão - passa por situação de desgaste político e, consequentemente, enfraquecimento. A recente aproximação do PTdoB com dois vereadores na bancada dá condições de o Paço obter 11 sufrágios de adesão à proposta. Essa sustentação na Casa, a princípio, é insuficiente para avalizar a nova estrutura preparada pelo PT.

O projeto, por enquanto, ainda sofre resistência da ala independente. A barreira ao texto se dá, especialmente, em relação à provável criação de cinco secretarias, o que, segundo integrantes do G-12, geraria mais custos aos cofres públicos. Essa informação é negada pelo chefe do Executivo, ponderando que as mudanças serão firmadas ao adequar os quadros e orçamentos já vigentes na Prefeitura.

A gestão petista planeja a implantação das Pastas de Trabalho, Esportes, Trânsito, Direitos das Mulheres e Relações Institucionais. Parte dessas modificações está atrelada à abertura do governo para aliados de outros segmentos do PT e apoiadores da campanha eleitoral. Com o imbróglio, que persiste mesmo após 120 dias de Grana no poder, os futuros comandantes das secretarias permanecem, momentaneamente, em diretorias ou cargos de assessor especial.

O prefeito abordou o asunto ontem, ao assinar termo de cooperação com o Judiciário para promover ações de proteção às mulheres. Para o petista, o governo se torna protagonista ao defender a causa e reforça a concepção da secretaria como forma de eleger prioridades. "Faremos atividades de combate às desigualdades. A criação da Pasta dará esse destaque, o que não seria possível com a implantação de apenas uma diretoria", avaliou.

O encaminhamento da proposta "muito em breve", conforme declaração de Grana, serve para executar alterações no "âmbito interno" ao longo do processo. "Ao entrar na Prefeitura, há opiniões divergentes. Com isso, precisamos fazer adequações (na matéria)", alegou o prefeito. Frente às negociações para buscar a governabilidade, o Executivo discute, inclusive, a chance de incorporação da sexta Pasta na estrutura de governo: a de Relações Internacionais.

Antes de encaminhar o projeto, Grana pretende fazer "conversa prévia" para convencer os 21 vereadores.




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