Economia Titulo Dia de Finados
Vendas de flores caem até 60%, segundo comerciantes

Crise econômica e emenda de feriado foram principais agravantes para resultado negativo

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
03/11/2015 | 07:03
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Nario Barbosa/DGABC


A expectativa pessimista por parte dos donos de floriculturas em relação ao Dia de Finados deste ano se concretizou. Após registrar fracos resultados em datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados, o feriado de ontem, principal data para o segmento, também apresentou números abaixo dos alcançados no mesmo período do ano passado – quando houve  recuo de até 40% ante o mesmo período em 2013. Segundo comerciantes, a queda neste ano variou entre 40% e 60%.

De acordo com trabalhadores do setor, a retração que já vem sendo registrada há alguns anos foi impulsionada em 2015 por dois fatores: crise financeira e o feriado prolongado – na sexta-feira, prefeituras da região deram ponto facultativo em comemoração ao Dia do Servidor Público, celebrado no dia 28.

“Acho que as pessoas estão preferindo comprar velas do que flores. Ainda para agravar a situação, o feriado caiu numa segunda. Isso complica muito para nós”, relatou a comerciante Carmem Albuquerque, 45 anos.

No ramo desde 1981, Carlos Alberto Turazzi, 49, na tarde de ontem já calculava as dimensões de seu prejuízo. “No mínimo vou ter 60% de queda em relação a 2014. No ano passado, depois do almoço, ainda tinha bastante mercadoria, mesmo assim, mantive os preços. Hoje (ontem) já reduzi os valores dos vasos. Enquanto de manhã estava lucrando R$ 4, à tarde só estou ganhando R$ 1 por venda.”

Turazzi, que está há mais de 30 anos no mesmo ponto, localizado ao lado do Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo, afirma que desde 2009 a queda nas vendas tem sido frequente. “Se você andar ao redor do cemitério vai ver que nem mesmo ambulante se arrisca nas flores. Isso acontece em decorrência do público jovem não ter o mesmo apelo simbólico com a data.”

Já prevendo resultados negativos, a comerciante Marlene Ramos de Assis, 55, que trabalha há 15 anos em frente ao Cemitério Cristo Redentor, em Santo André, reduziu neste ano em 44% o número de encomendas de vasos. “Ano passado comprei 250 unidades para venda. Neste ano, optei por comprar 140, mas ainda encontro dificuldade para vender. Alguns clientes chegam a questionar se houve aumento do preço, mas faz três anos que o valor continua R$ 10. Se tivesse aumentado, com certeza o resultado seria pior.”
 




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