No entanto, muitos inquilinos não têm condições de pagar esse aumento. Uma das soluções encontradas pelas imobiliárias da região é fazer acordos e não repassar os aumentos. “O índice está baixo para os proprietários, mas muitos locatários estão desempregados e não podem pagar. A gente sempre faz acordo nessas situações”, afirmou André Sanches, da imobiliária Sanches, em Santo André.
Para ele, a taxa em 4,5% já estaria de bom tamanho. No entanto, de acordo com a prévia do IGP-M do primeiro decêndio (de 21 de agosto ao dia 10 deste mês) de setembro, ao invés de cair, o índice tende a aumentar ainda mais no final do mês. A alta da prévia foi de 1,05% no período e de 5,43% em 12 meses. A administradora Maria Eliane Luz,da Fenícia Imóveis, revela que o acréscimo não é compatível com o bolso dos inquilinos. “Para quem paga aluguel, R$ 30 ou R$ 60 de aumento fazem falta. Estamos praticamente deixando de reajustar.” O proprietário da Global Imobiliária, José Cândido, também costuma não aumentar os preços. “Mas não dá para fazer isso sempre, a cada dois ou três anos, temos de sentar com o inquilino e conversar.”
A cobradora de ônibus Dirce Ribeiro da Silva, 51 anos, mora de aluguel há dois anos em Santo André e sabe muito bem o que significa aumentos anuais. Ela paga R$ 380 de aluguel e ganha R$ 1.000. “Pagar mais do que um salário mínimo é fora das minhas possibilidades. Eu teria de procurar outro lugar”, disse. Ela já pagou R$ 600 em outra locação, mas saiu porque não conseguiu arcar com o custo.
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