Miley Cyrus cresceu e virou mulher. Nem todos os fãs curtiram a mudança, mas o sucesso não diminuiu por causa disso. Exemplo é a vinda dela ao Brasil: os ingressos para o show do Rio de Janeiro na sexta (13) já acabaram e a expectativa para a apresentação em Sampa, no sábado (14) é a mesma.

Para deixar a imagem teen para trás, afinal Miley já tem 18 anos, assumiu comportamento mais ousado em clipes e shows. Durante divulgação do álbum Can't Be Tamed, apostou em coreografias e figurino sensuais. Em show no Canadá usou um maiô bem cavado e chegou a mostrar até demais. Em outras apresentações, simulou beijar uma mulher, atitudes bem diferentes de Hannah Montana. Sobre o assunto, Miley declarou que só quer se sentir confortável. "Não quero parecer vagabunda. Só estou tentando fazer com que meu disco e aparência tenham o mesmo contexto." Mas as roupas não ficaram mais curtas só diante das câmeras.

A constante troca de namorados também é alvo de críticas. Depois que terminou o relacionamento com Nick, do Jonas Brothers, assumiu romance com outros garotos. Vídeo com Miley consumindo drogas alucinógenas foi parar no YouTube. Sobre o assunto, a atriz concordou que errou. "Foi uma decisão ruim por causa dos meus fãs e pelo que defendo." As atitudes da artista foram além.

O pai Billy Ray Cyrus disse que o seriado Hannah Montana destruiu a família e a vida da filha. Sueli Damergian, professora do Instituto de Psicologia da USP, explica que os pais têm influência nas atitudes da filha. "Precisam acompanhar a vida dela, saber para onde vai e com quem. A fama é um ambiente com seduções mortíferas." Exatamente por isso e pela grande exposição na mídia, atitudes comuns da juventude acabam recebendo críticas exageradas. Por outro lado, segundo Sueli, faz mal querer ser adulto depressa demais. "A fama tem um peso, mas também recompensa. O artista não pode deixar que esse peso o puxe para baixo e estrague a carreira." Os riscos podem ser evitados se a pessoa for estruturada. "Tem que ter confiança em si."

O que os fãs acham

Por causa de tantas polêmicas, a protagonista de Hannah Montana já foi comparada a Britney Spears e Lindsay Lohan. Assim, passou a ter outro tipo de destaque na mídia. Em 2009, foi eleita a pior influência por crianças e adolescentes de 9 a 15 anos. A pesquisa foi feita por um site norte-americano. Por outro lado, ficou em quarto lugar na lista de cantoras preferidas do mesmo público. Atrás somente de Taylor Swift, Katy Perry e Beyoncé.

Ana Carolina de Mesquita, 13 anos, de São Bernardo, passou a curtir Miley durante a série da Disney. "Gostava do papel dela e, a partir daí, comecei a ouvir as músicas e me identifiquei com as letras", conta. Ana ficou ao lado da artista mesmo após as polêmicas. "Acho que todos têm seus momentos de fraqueza e, mesmo com muita gente falando mal, ela continua sendo ótima cantora e atriz." Para Ana, a fama influenciou as atitudes erradas da artista. "Com tanta exposição na mídia, ela se sentiu pressionada e se deixou levar pelo estresse, assim buscou outro tipo de diversão. Mas não acho que o sucesso dela diminua por isso."

Marcela Fornaziero, 14, de Santo André, também permaneceu ao lado de Miley. "O que mais gosto é o jeito dela ser ela mesma, de não ligar para o que os outros falam", afirma. No entanto, a garota sabe que as atitudes da cantora não são legais. "Ela tem de saber até onde pode ir." Sobre as polêmicas, ela acha que algumas são inventadas. "Quando aparecem fotos eu acredito, mas não acho que tudo seja verdade."

Para Flávia Torres, 17, de Santo André, a diferença no estilo de Miley mudou a opinião que tinha da artista. "Eu assistia a série e gostava das músicas. Mas agora ela quer ser diferente, mais sexy, mais adulta. Acho que ela tinha que manter aquela imagem jovem", explica. Quando viu notícias de que a cantora estava usando drogas perdeu a vontade de acompanhar. "Por isso deixei de me interessar. A gente escuta música também por gostar da pessoa."

No entanto, todas concordam: não é só porque Miley faz coisas erradas que fã também precisa fazer. "Existem fanáticos que fazem tudo o que ela faz, mas isso não é legal", explica Flávia.