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Imóvel de até R$ 170
mil é foco no Feirão
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
14/05/2011 | 07:17
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Apartamentos de dois dormitórios, uma vaga na garagem, com valor de até R$ 170 mil. Esse é o perfil do imóvel mais procurado no 7º Feirão da Caixa, aberto ontem, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. São 195 mil opções para quem deseja concretizar o sonho de comprar a casa própria.

Apesar de oferecer imóveis de todas as faixas de valor, visitantes e construtoras focam nos bens que se enquadram no programa habitacional do governo federal Minha Casa, Minha Vida (que se limita a R$ 170 mil, tem subsídio de R$ 23 mil do governo e pode ser 100% financiado). Segundo a Caixa Econômica Federal, das unidades novas, 80,3% custam até R$ 170 mil, 19,5% têm valor entre R$ 170 mil e R$ 500 mil e apenas 0,14% custa mais que R$ 500 mil.

No Grande ABC, dos 3.350 imóveis disponíveis (somando apenas os bens oferecidos pelas construtoras instaladas entre as sete cidades) 633 têm valor máximo de R$ 170 mil, segundo o gerente regional de negócios da construção civil da Caixa, Rafael Arcanjo.

Com 85 unidades de até R$ 170 mil, a Ipoã Construtora, de São Bernardo, pretende vender todos os imóveis no evento. "Em 2010 comercializamos 80 unidades", diz Brenda Querobim, representante da empresa.

De olho no público visitante do Feirão, a construtora Brookfield, com empreendimento na região, foca suas vendas nos apartamentos entre R$ 95 mil e R$ 160 mil. "Apesar de pertencerem à linha econômica, todos os condomínios seguem o conceito clube, com lazer e várias áreas em comum", conta Fábio Diogo, diretor comercial da divisão de produtos econômicos da companhia.

Instaladas na região, as construtoras MBigucci e a MZM também seguem a mesma linha. "Disponibilizamos para venda sete lançamentos, fora nosso estoque de imóveis. Estamos otimistas", conta Paulo Scapin, gerente da Link, comercializadora da MZM.

O menor valor das unidades novas ou em construção é de R$ 75 mil. No outro extremo está uma mansão avaliada em R$ 9 milhões. "Imóveis de alto padrão não são o foco da feira. Apenas fazem parte dos bens que estão à venda e cadastrados nas imobiliárias participantes. Os mais comprados vão até R$ 250 mil", afirma o presidente da Caixa, Jorge Hereda.

Ele diz que o evento ocorre em bom momento. "Enquanto muitos falam em restrição de crédito e estagnação da construção civil, nós (Caixa) esperamos ter crescimento de até 25% neste ano, em relação a 2010, no que diz respeito a crédito contratado. O setor mantém expansão sustentável e ascendente", destaca Hereda.

De janeiro até semana passada, a Caixa liberou R$ 21 bilhões em financiamento habitacional, o mesmo montante durante período em 2010 - considerado melhor ano da história, com total anual de R$ 76 bilhões.

Para o presidente da Caixa, a expectativa é de que neste ano as comercializações se mantenham em relação ao feirão passado - quando 93 mil negócios foram fechados, equivalente a R$ 8,4 bilhões. A expectativa da Caixa é de que cerca de 100 mil pessoas visitem o evento durante os três dias. Antes da abertura, ontem, interessados formavam fila na entrada do local.

Serviço: O 7º Feirão da Caixa acontece no Centro de Exposição Imigrantes (Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5). O horário de funcionamento hoje e amanhã é das 9h às 20h. A entrada é gratuita.

 

Evento reúne diversas entidades em único espaço

A fim de facilitar a compra da casa própria, o 7º Feirão, assim como os anteriores, disponibiliza no mesmo espaço cerca de 700 construtoras, 500 imobiliárias, corretores credenciados pelo Creci/SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), cartórios e técnicos da Caixa - responsáveis por analisar e autorizar os financiamentos.

"A cada ano aprimoramos o evento. A parceria com os cartórios, por exemplo, oferece ao visitante segurança no momento da compra do imóvel, caso ele seja usado", afirma o presidente da caixa, Jorge Hereda.

Interessados em adquirir a casa própria encontram unidades novas, usadas e na planta. O financiamento pode chegar a até 100% do imóvel. As linhas de crédito atendem a todas as faixas de renda familiar e preveem prazo de pagamento de até 30 anos. Os juros variam de 4,5% até 13,5% ao ano.

A agência funcionará com 165 guichês durante o evento. Além de fazer simulações, os funcionários liberarão carta de crédito, que pode ser usada na compra de imóvel fora do feirão. Interessados devem levar RG, CPF, comprovante de residência e três últimos holerites ou extrato bancário, no caso de serem autônomos.

 

Famílias buscam apartamentos com áreas de lazer

De olho na segurança, os visitantes ouvidos pela equipe do Diário deixaram as casas térreas e os sobrados de lado e buscam pela compra de apartamentos. O casal Bianca e Ricardo dos Santos pretende comprar a casa própria e deixar o aluguel de lado. "Mas tem que ser apartamento. Como trabalho à noite não me sinto seguro de deixar minha mulher sozinha. Em condomínio, ao menos, temos portaria", afirma ele.

Mas não é só pela maior segurança que os prédios são os mais escolhidos. "Para quem tem filho pequeno é vantagem. A criança faz mais amizade do que na rua, além disso, tem opções para se divertir, como playground e piscina", conta Maria de Lourdes de Oliveira. "Preciso unir o útil ao agradável. Para ficar perfeito o ‘apê' precisa custar até R$ 190 mil", brinca.

Esses imóveis também são opção para quem já casou os filhos. Teresa e Antônio Pereira querem vender a casa própria e comprar um apartamento pequeno. "Nossos três filhos já saíram de casa, que ficou grande demais para nós dois. Quero um imóvel pequeno, barato. O dinheiro que sobrar vou usar para viajar", enfatiza a dona Teresa.




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