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Brasil apóia EUA em grupo para biotecnologia na OMC
Por Do Diário do Grande ABC
03/12/1999 | 12:00
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A posiçao brasileira em relaçao à criaçao de um grupo para biotecnologia dentro da Organizaçao Mundial do Comércio (OMC) é de apoio aos Estados Unidos, mas com reservas, segundo um dos negociadores brasileiros. O Brasil defende uma melhor definiçao das duas fases de trabalho que este grupo teria. A primeira seria de discussao e levantamento de opinioes científicas sobre a questao. A segunda seria de definiçao de regras para comércio de produtos modificados geneticamente. Outro ponto é garantir que o grupo da OMC vai incorporar e respeitar todas as decisoes que sairao sobre o assunto na reuniao daqui a um mês do protocolo de biodiversidade.

O Brasil diz apoiar o grupo de trabalho na OMC porque ele dará mais um prazo para que o país tome uma posiçao interna se vai ou nao autorizar o plantio de transgênicos e também garantirá regras mundiais para o assunto. Já as Organizaçoes Nao-Governamentais (ONGs) consideram que a biotecnologia nao é assunto para a OMC, mas para o acordo da biodiversidade. Para as ONGs, a pressao dos EUA para a criaçao do grupo na OMC buscaria esvaziar as decisoes que sairao do acordo da biodiversidade. Depois do recuo da Uniao Européia em relaçao à criaçao do grupo nesta quarta-feira, os Estado Unidos voltaram a carga nesta quinta, chegando a circular um documento na reuniao do grupo agrícola propondo novamente o assunto.

Manobra - Os Estados Unidos tentaram nesta quinta-feira uma manobra para introduzir no acordo para a nova rodada de discussoes da Organizaçao Mundial do Comércio o grupo para definiçao de padroes trabalhistas. Desde as declaraçoes do presidente Bill Clinton sobre a questao, a diplomacia americana vem tentando forçar a mençao do assunto no acordo que está sendo desenhado em Seattle.

No meio da tarde desta quinta, os representantes da maioria dos países em desenvolvimento foram surpreendidos pela decisao da presidente da conferência e representante de comércio dos EUA, Charlene Barshefisky, de criar um quinto comitê para discutir o assunto.

Sao quatro os grupos de trabalho da conferência: agricultura, novos temas, implementaçao e regras (da rodada anterior) e acesso a mercados (fora a agricultura). O EUA tentou criar o quinto grupo no penúltimo dia da reuniao. A vice-ministra de comércio exterior da Costa Rica foi indicada para presidir o grupo e uma reuniao foi convocada. Mas a tática nao deu certo, pois de mais de 30 representantes presentes à reuniao, apenas o 1 (o americano) votou a favor da discussao. E a decisao da presidente do grupo foi nao levar adiante as discussoes e apenas apresentar um relato do que aconteceu para mesa diretora da conferência.




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