Aproximadamente 50 armas sumiram do Fórum de Mauá e uma delas, uma pistola, foi parar na cela de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital). O caso está sendo investigado por sindicância do TJ (Tribunal de Justiça) e por inquérito policial. Tudo tramitando sob segredo de Justiça.

A pistola foi encontrada quando Marcola estava preso na Penitenciária Doutor Sebastião Martins Siqueira, em Araraquara, no interior, em abril de 2005. Ele ocupava a cela com outros detentos. A arma seria usada numa tentativa de fuga da penitenciária.

A descoberta do paradeiro da pistola ocorreu três meses depois, quando foi realizado rastreamento das cerca de 50 armas desaparecidas do Fórum. Tudo começou quando um advogado solicitou vistas a uma arma referente a um processo. Quando foram procurar, o armamento simplesmente havia sumido da sala de armazenamento. Levantamento preliminar deu conta que mais armas haviam desaparecido.

Não houve arrombamento da sala, que é fechada por uma porta de ferro e dois cadeados. Provavelmente as chaves do compartimento foram utilizadas por um funcionário. Elas ficam em poder da 6ª Vara, responsável pelo compartimento.

“Realmente armas de diversos processos sumiram e está sendo feito um levantamento do número exato. Até agora, ninguém foi indiciado. A sindicância interna e o inquérito policial tramitam sob segredo de Justiça”, afirmou o juiz da 6ª Vara, José Wellington Bezerra da Costa Neto.

O TJ confirmou as informações do juiz. Quando foi constatado o sumiço, o juiz da 6ª Vara era Dirceu Brisolla Geraldini, que atualmente trabalha em Jundiaí.

Por conta do processo, há 15 dias integrantes da Corregedoria do TJ realizam pente-fino na sala onde está o armamento do Fórum. Na entrada da sala, PMs e guardas civis fazem a segurança. Há registro de 6 mil armas apreendidas no local. Entretanto, o número real é menor, pois ainda não terminou levantamento dos armamentos dispensados legalmente para o Exército.