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Libéria espera ajuda humanitária
Da AFP
13/08/2003 | 15:10
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Milhares de civis liberianos famintos saquearam depósitos do estratégico porto de Monróvia nesta quarta-feira. Um local que amanhã, quinta-feira, passará ao controle da força de paz da África Ocidental (Ecomil).

"Pego esta sacola, porque estou com muita fome", disse Ezekya Saydem, 17 anos, carregando em sua cabeça uma sacola com o rótulo USA.

Segundo correspondentes da AFP, os autores dos saques parecem vir da área controlada pelos Liberianos Unidos pela Reconciliação e Democracia (Lurd), principal grupo insurgente, que controla o porto desde 19 de julho.

"Saqueiam os depósitos e não podemos controlá-los. Nós os atacamos mas não podemos matá-los, porque isso seria uma violação aos direitos humanos", afirmou um comandante dos Lurd, que é conhecido como K One.

Os Lurd se comprometeram a entregar o porto às forças da Ecomil nesta quinta-feira ao meio-dia, para facilitar o encaminhamento de víveres e ajuda humanitária.

Um navio com alimentos e material médico está para chegar, anunciou Carolyn McAskie, coordenadora adjunta das Nações Unidas para a ajuda de emergência. Será o primeiro carregamento procedente do exterior para uma cidade que em 14 anos de guerra passou de 500 mil a um milhão de habitantes e que se acha atualmente privada de água e luz. O pessoal humanitário evacuou o país em julho, por causa da virulência dos combates.

McAskie reconheceu que suas equipes só cobriam no momento "a metade da Monróvia" e disse que "a ONU não estará em condições de lançar uma operação em grande escala até novembro".

Ela informou que o segundo batalhão nigeriano da Ecomil que devia se instalar na Libéria ainda não saiu de seu país, embora seus propósitos fossem desmentidos pelo comandante da força de paz africana, Festus Okonkwo; o exército nigeriano assegurou que a mobilização se efetuará quinta-feira.

A situação se manteve calma nesta quarta-feira, inclusive na área de Buchanan (segundo porto do país, 120 km ao sudoeste da Monróvia), onde as tropas do governo se enfrentaram no início da semana com os rebeldes do Movimento pela Democracia na Libéria (Model), informou Okonkwo.

O secretário-geral dos Lurd reiterou nesta quarta-feira que o chefe do movimento rebelde, Seku Damate Conneh, deve completar o mandato do ex-presidente Charles Taylor, que termina a 14 de outubro.

Antes de deixar o país, Taylor transmitiu segunda-feira o comando ao seu vice-presidente Moses Blah. Mas os Lurd se negam a aceitar a legitimidade de "alguém que não sofreu para expulsar Taylor do poder".




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