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Nairo se emociona ao lembrar dos últimos instantes com Serginho

Presidente do S.Caetano estava ao lado do ex-zagueiro no momento em que médicos tentaram reanimá-lo no Hospital São Luiz e critica punições

Por Thiago Bassan
27/10/2014 | 07:07
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 Já presidente do São Caetano no trágico dia da morte de Serginho, Nairo Ferreira de Souza se emociona ao falar do ex-jogador. O mandatário estava na sala do Hospital São Luiz, onde os médicos realizaram os últimos esforços para tentar reanimar o ex-zagueiro e relata os instantes finais.

“O Serginho morreu e eu estava olhando para ele. Aplicaram o choque (reanimação cardiopulmonar) e ele levantou cerca de 20 cm da maca. Foram sete vezes em que foi submetido ao procedimento. Eram choques fortes. Ele subia e caía outra vez. Depois da sétima tentativa, o médico olhou para mim e passou a mão na cara do Serginho. Foi um momento muito triste. Era um jogador muito querido por todos. Tirei as chuteiras dele e guardei na sala de troféus até hoje, do mesmo jeito que elas estavam”, relembra o presidente.

Na opinião de Nairo, o São Caetano foi usado como bode expiatório para os outros clubes pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça) por conta da morte do atleta. Na ocasião, acabou punido com a perda de 24 pontos no Campeonato Brasileiro, o presidente foi impedido de realizar suas atividades por 720 dias e o médico do Azulão, Paulo Forte, não pôde exercer nenhuma atividade na área esportiva por pouco mais de um ano. Apenas Nairo teve punição menos branda. Dos dois anos previstos, cumpriu apenas um.

“Foi tudo injusto e muito pesado. Usaram a gente como bode expiatório.Se fosse um grande clube, creio que isso não aconteceria. O São Caetano era o único clube que fazia exames cardíacos em todos os jogadores. Fizemos esses exames no início do ano, no Incor (Instituto do Coração), e disseram que eu os havia escondido. Mentira. Fui punido com dois anos, mas conseguimos diminuir para um. Comandava o clube a distância. Não podia comparecer aos vestiários. Então, assistia aos jogos como torcedor, comprando ingressos”, relembrou.

Uma das situações mais inusitadas sobre a morte de Serginho, Nairo sentiu na pele pouco mais de um ano depois. No Brasileirão de 2005, o São Caetano enfrentaria o Atlético-PR em Curitiba e o dirigente foi surpreendido por um comerciante.

“Estávamos jantando em um restaurante de Curitiba, quando o dono do estabelecimento disse que eu teria que pagar mais caro pelo jantar. Eu perguntei por quê?. E ele me disse o seguinte: ‘Está vendo aquele desfibrilador na parede? Tive que instalar um aqui no restaurante porque, depois da morte do Serginho, criou-se uma lei no Paraná na qual todos os estabelecimentos no Estado que pudessem comportar mais de 1.000 pessoas teriam a obrigação de conter um desfibrilador’”, recorda Nairo.    




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