Em carreata no Centro de Ribeirão Pires na tarde de ontem, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), ofendeu o presidenciável do PSDB, Aécio Neves, dizendo que o tucano “governou Minas Gerais, mas conhece mesmo as boates do Rio de Janeiro”. Na sequência, o petista afirmou que Aécio “já foi pego no bafômetro”.

É a sexta vez que a equipe do Diário flagra Marinho fazendo campanha em horário de expediente. Ontem, ele passou a manhã em Santos, ao lado da presidente Dilma Rousseff (PT). Depois foi para Ribeirão.

Apesar da declaração contra Aécio, Marinho priorizou seu discurso para exaltar Dilma e alfinetar a também postulante ao cargo Marina Silva (PSB). “Marina é militante temática de sustentabilidade, não consegue debater outros temas.”

Coordenador de campanha de Dilma em São Paulo, Marinho espera que a petista consiga passar a adversária no Estado. Segundo a pesquisa Ibope divulgada ontem, as duas estão empatadas em primeiro lugar na preferência do eleitorado paulista, com 29% das intenções de votos.

“Aconteceu o que disse há algum tempo, a comoção (com a morte de Eduardo Campos, PSB) passou e a Dilma retomou o processo de crescimento. Na reta final, vamos empatar ou até a passar a Marina em São Paulo. Quem sabe conseguimos os 5% que ela precisa para vencer no primeiro turno”, destacou.

Porém, o prefeito de São Bernardo não está muito confiante na candidatura de Alexandre Padilha (PT) ao governo do Estado. “O grande problema do Padilha é desconhecimento. Acho que se ele alcançar 20% será boa margem. Caso haja segundo turno, acredito que o Padilha dispute com o Geraldo Alckmin (PSDB).”

Durante o ato político, uma Kombi e um carro de passeio da campanha do PT, com adesivos de Alexandre Padilha, ficaram estacionados em local proibido por cerca de uma hora. Os veículos estavam em vaga destinada exclusivamente para carga e descarga de produtos, com tempo máximo de 15 minutos. Nenhum agente de trânsito foi visto.

Contatada, a assessoria de Aécio não se posicionou.

IRONIA
Perguntado se os escândalos da Petrobras denunciados pela revista Veja nas últimas semanas não poderiam prejudicar a candidatura da presidente Dilma na reta final de campanha, Marinho foi irônico, desdenhou do veículo de comunicação e cutucou o Diário. “Veja? Mas o que é Veja? Com a Veja e com o Diário eu não perco mais meu tempo.”