Setecidades Titulo Educação
Famílias reclamam
de material escolar

Kits fornecidos pela Prefeitura de São Bernardo
têm baixa qualidade e contam com poucos produtos

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
22/03/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Após serem entregues com atraso, quase un mês após o início do ano letivo, os kits de material escolar fornecidos pela Prefeitura de São Bernardo aos estudantes da rede municipal desagradarama pais e alunos. A principal reclamação é a respeito da qualidade dos produtos em comparação com os itens de 2013, e também em relação à quantidade ofertada pela administração.

Neste ano, estudantes do Ensino Fundamental receberam kit contendo borracha branca, régua de 30 centímetros, apontador com depósito, caderno de desenho de 48 folhas (20 cm x 14 cm), caderno de brochura de 80 folhas, uma caneta esferográfica azul e uma vermelha, jogo de canetinha hidrográfica curta com 12 cores, duas colas líquidas com 40 gramas cada e oito lápis pretos número 2.

Para a vendedora Roselene de Assis Santos, 33 anos, faltaram itens básicos, como caixa de lápis de cor. “No ano passado as crianças receberam material ótimo, com produtos de qualidade. Agora mandaram canetinha fabricada na China, apenas uma borracha que sequer apaga e um caderno de capa mole para o ano todo”, reclama.

A lista com o material fornecido em 2013 conta com maior quantidade de cadernos (quatro em vez de um) e todos de capa dura. Além disso, a Prefeitura disponibilizou estojo em tecido, caixa de giz de cera com 15 cores, jogo de lápis de cor com 12 cores, pasta ofício com aba e elástico, pasta plástica com presilha, caderno espiral de cartografia capa dura de 48 folhas e duas colas em bastão, além das colas líquidas.

“Os pais que têm condições acabam comprando os itens, mas as crianças de famílias carentes ficam desprovidas desse benefício”, observa o empresário Alexandre Araújo Sales, 35.

A auxiliar de limpeza desempregada Elisabete Rodrigues Bispo, 33, contou com o auxílio da mãe para comprar dois cadernos de capa dura, uma caixa de lápis de cor, estojo e borracha para a filha de 6 anos, que está no 1º ano do Ensino Fundamental na Emeb Maria Rosa Barboza. “O valor dos impostos não diminuiu, continuo pagando. Para onde vai o dinheiro arrecadado se não para a Educação, nem uniforme, nem material escolar?”, questiona.

A Prefeitura de São Bernardo aderiu, neste ano, à ata de preços de materiais escolares disponibilizada pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) junto com outras 83 prefeituras. Com isso, os municípios puderam comprar os produtos a preços mais acessíveis que os de mercado. No caso de São Bernardo, a economia foi de cerca de R$ 5 milhões.

A administração não respondeu aos questionamentos sobre o quanto investiu na compra dos kits ou se haverá complemento dos itens entregues aos alunos.

UNIFORME

Outra reclamação constante é o atraso para a entrega dos uniformes. Em fevereiro, a Prefeitura informou que o processo de compra já foi finalizado e aguarda cronograma de entrega das empresas, que deve ser feito até abril. 




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