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‘Escritório-geladeira’ incomoda no verão e pode fazer mal à saúde
Por Ana Macchi
Da Sucursal de São Bernardo
16/02/2002 | 16:18
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A superexposição, às vezes até mesmo obrigatória, a ambientes gelados – espécies de ‘escritórios-geladeira’ – por aparelhos de ar-condicionado em período integral não é recomendada por especialistas nem mesmo em dias quentes de verão. A utilização do aparelho na rotina de trabalho, somada ao uso em casa, pode ser responsável por trazer problemas respiratórios a pessoas predispostas ou alérgicas.

Há quem odeie a convivência forçada em ambientes gelados, seja no trabalho, em escola ou em casa. Passar frio em plenos dias de verão virou rotina para a chefe de projetos Flávia dos Santos, 26 anos. Ela trabalha justamente embaixo da ventilação de ar-condicionado que refrigera sua sala. “Parece estranho, mas quando todos estão com roupas de calor, estou completamente agasalhada por causa do frio”, disse.

“Aqui no trabalho, o ar fica ligado direto, em uma temperatura realmente muito baixa. De tanto sair da sala e entrar em um outro local mais quente acabo tendo fortes dores de cabeça. Já passei por uma situação em que a sujeira do filtro do aparelho irritou meus olhos e provocou uma inflamação”, afirmou o desenhista projetista João Marcos da Silva, 33 anos.

Segundo o professor titular de pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC, Elie Fiss, o maior problema do ar-condicionado está relacionado ao frio e à baixa umidade do ar produzida pelo aparelho. “Quem já tem problema de asma, bronquite ou tosse não agüenta ficar exposto por muito tempo. Em ambientes sem renovação do ar, ainda existe o problema de favorecimento de propagação de vírus”, disse. Mesmo quem não é sensível ao ar-condicionado deve ficar atento a qualquer sinal de tosse contínua.

Fiss ressaltou que passar frio não faz bem à saúde, apesar de não existir uma temperatura adequada para ser seguida. “A pessoa perde a imunidade se passa muito frio. O importante é que a temperatura seja agradável”, disse. Vento direto no rosto também não é recomendado pelo médico. “Existem casos de paralisia facial provocados por este tipo de caso específico.”

A estudante Marina Spanguero, 16 anos, é vítima de exposição desnecessária ao vento gelado quando está na sala de aula e vive agasalhada. “Às vezes, o frio chega a ser insuportável e transforma a classe em uma perfeita geladeira. Pegar gripe em um ambiente desses é extremamente fácil.”

Dicas – A melhor forma de prevenção, segundo o médico, é deixar uma vasilha com água ou um pano molhado para manter a umidade do ar. Outra dica é trocar os filtros do aparelho e renovar sempre que possível o ar ambiente.




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