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Mercedes renova contrato de 300 trabalhadores por 1 ano

Vínculo temporário com os funcionários iria vencer em maio; demanda do mercado fez com que ocorresse a prorrogação

Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
30/04/2022 | 07:46
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Nilton Valentim/DGABC


A Mercedes-Benz, de São Bernardo, renovou por mais um ano o contrato de 300 trabalhadores temporários cujo vínculo terminaria em maio. A informação foi divulgada ontem pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e confirmada pela empresa

"Considerando a atual demanda de mercado, bem como a necessidade de recuperar volumes de produção até fim de 2022, a MercedesBenz do Brasil informa que os colaboradores contratados sob regime temporário ­ com vencimento em 31 de maio de 2022 ­ terão os seus respectivos contratos de trabalho postergados por 12 meses, até 31 de maio de 2023."

A Mercedes está com 5.000 funcionários da planta de São Bernardo em férias coletivas desde o dia 18, por falta de suplementos, principalmente semicondutores. A volta ao batente está marcada para terça-feira.

O presidente do sindicato, Moisés Selerges, classificou a renovação dos vínculos como "uma notícia muito boa" para a categoria. "Hoje (ontem), muitos trabalhadores vão passar a noite celebrando. A questão do emprego é importantíssima. Quando o trabalhador está em férias coletivas por falta de peças e com o contrato vencendo, ele não sabe se será demitido. Essa notícia trouxe um alívio muito grande, pois ele passa a ter previsibilidade. Sabe que terá mais 12 salários", afirmou. A Mercedes tem outros 500 funcionários que foram contratados no mesmo sistema, com vínculos que vencem em outubro e dezembro. Com relação a estes dois grupos, ainda não houve nenhuma negociação, mas o sindicato acredita que a renovação também é possível. Isso porque o mercado de caminhões está aquecido e só parou por causa do deficit de insumos.

"O setor de caminhões teve um grande crescimento. Por conta do agronegócio e também pela legislação, já que no ano que vem entra em vigor a Euro 6 (norma de controle de emissão de poluentes) e por isso os grandes frotistas estão antecipando a compra de veículos, sem contar o setor de mineração. O que está atrapalhando é a questão dos componentes", afirmou Selerges.

O sindicalista criticou a política econômica do governo Jair Bolsonaro (PL), pela ausência de políticas voltadas ao setor industrial. "O que seria bom para todos é que a economia estivesse crescendo. A indústria é importante na questão do PIB (Produto Interno Bruto), já representou 35%, hoje é 10%. Se tivesse uma política industrial no País, seria bem mais produtivo", afirma.

A Mercedes possui hoje cerca de 8.000 trabalhadores em São Bernardo, deste total, aproximadamente 6.000 deles atuam no chamado 'chão de fábrica', ou seja, na área de produção de caminhões, chassis de ônibus e agregados (câmbios, motores e eixos). 




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