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Empresas de APLs ganham representação institucional
Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
04/01/2005 | 12:59
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Até meados de janeiro, os grupos de ferramentaria, autopeças e plásticos que compõem o projeto APL (Arranjo Produtivo Local) do Grande ABC se tornarão associações juridicamente formalizadas. Dessa forma, terão representatividade institucional e jurídica, o que pode facilitar a obtenção de crédito, a assinatura de contratos e a participação em feiras e eventos nacionais e internacionais.

A criação das associações consolida a primeira fase do projeto, fruto de parceria entre o Sebrae e a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Segundo o secretário executivo da Agência, Paulo Eugênio Pereira Júnior, o projeto avançou além do previsto. “Não esperávamos que as associações surgissem tão cedo”, diz.

As associações já têm nome, diretoria e estatuto definidos. São elas: Assofap (Associação dos Fabricantes de Autopeças do Grande ABC), com 22 empresas; Assofer (Associação das Ferramentarias do Grande ABC), que reúne 12 associadas; e Atplas (Associação dos Transformadores de Plástico no Grande ABC), com 25 empresas.

A principal vantagem das associações está na representatividade que as empresas passam a ter. “Quanto mais empresas se unem, mais força temos. Para conseguirmos crédito junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, fica mais fácil do que se cada uma tentasse individualmente”, acredita o conselheiro fiscal da Assofer, Francisco Vagner Ferreira, da Uniwidia, de Mauá.

Na próxima semana, começa a ser realizado o diagnóstico de chão de fábrica das empresas participantes, que vai analisar desde o layout até o fornecimento de insumos. A FEI (Fundação Educacional Inaciana) fará a avaliação dos setores de ferramentaria e autopeças, e o Senai Mário Amato, do setor de plásticos.

O diagnóstico tem prazo de 45 dias para conclusão e, com base nele, a Agência de Desenvolvimento vai definir um Plano de Ação para cada setor. “O objetivo é melhorar a produtividade, cortar custos e modernizar as empresas para que se tornem mais competitivas”, informa Raimundo Izaac Libório Júnior, gerente de projetos da Targos Consult, gerenciadora do projeto.

As diferenças entre as participantes do APL constituem uma das maiores dificuldades para o andamento do projeto. Uma das metas para 2005 é conseguir que todas cheguem ao mesmo grau de organização e qualificação. O diagnóstico será um dos pontos de partida para se alcançar esse objetivo.

Outro problema é que poucas empresas do projeto possuem a certificação de qualidade ISO 9000. “Montadoras e sistemistas exigem a certificação dos fornecedores. Logo, quem não possuí-la vai perder mercado”, diz Vanderlei Nicola, diretor executivo da Assofap e da Heral Indústria Metalúrgica, de Diadema. O Sebrae fornece orientação para empresas que querem obter a certificação.

Panorama – O projeto APL reúne atualmente 59 empresas dos setores mais importantes do Grande ABC. Os segmentos de autopeças e plástico somam 700 empresas na região e 40 mil postos de trabalho, enquanto as 70 empresas de ferramentaria geram dois mil empregos. “A indústria de ferramentaria não é numerosa, mas têm importância estratégica”, diz o coordenador do Observatório Econômico de Santo André, Marcos Cesar Lopes Barros.

O projeto, que começou a ser implementado em agosto do ano passado, recebeu verba de R$ 1,7 milhão do Sebrae e R$ 100 mil da Agência de Desenvolvimento Econômico. As empresas participantes tiveram aumento de faturamento de 20% no ano passado.  




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