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Doença renal será debatida em escolas
Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
19/04/2007 | 07:07
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Os sintomas e perigos causados pelas doenças renais serão debatidos nas salas de aula do Grande ABC. A partir do mês que vem, cerca de 23 mil estudantes da rede particular de ensino – que inclui 348 escolas na região – farão parte de uma pesquisa que visa despertar o interesse pela prevenção. A iniciativa baseia-se em números alarmantes: por ano, cerca de 32 mil pessoas começam a fazer hemodiálise no País, em função de doenças nos rins.

O trabalho, apoiado pelo Ministério da Saúde, será viabilizado a partir de um convênio firmado entre o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo e a Fundação Pró Rim. A entidade desenvolve o projeto com foco no histórico familiar dos jovens. “Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças renais são diabetes, hipertensão e hereditariedade”, explica o diretor-clínico Hercílio Luz.

Para identificar quem é ou não propenso a desenvolver quadros de insuficiência renal, nefrites ou cálculos, por exemplo, a fundação vai oferecer um questionário de 33 questões a ser preenchido com o auxílio dos familiares. “Com esse trabalho, cada estudante se transforma em um agente de saúde. As respostas serão computadas e as pessoas que apresentarem indícios da doença serão comunicadas para a realização de exames”, completa Luz.

A estimativa é que existam cerca de 2 milhões de pessoas com doenças renais no País. A maior incidência ocorre a partir dos 20 anos de idade. A idéia de orientar os jovens é essencial, segundo o coordenador de hemodiálise do Hospital das Clínicas, João Egídio Romão.

O maior centro médico do País realiza 60 sessões do tratamento por dia. Metade dos pacientes não é da Capital e inclui doentes do Grande ABC.

“O debate sobre o tema é importante sob vários aspectos, principalmente se levarmos em conta que um terço dos diabéticos e hipertensos desenvolverão problemas nos rins no prazo de 15 anos. O diagnóstico precoce é a melhor alternativa, até porque os sintomas não são claros”, comenta Romão.

Fila de espera - O Brasil é o segundo país que mais realiza transplantes de rins no mundo, com cerca de 3,4 mil procedimentos em 2006. Perde apenas para os Estados Unidos, que tem uma média de 9 mil cirurgias. Mas, apesar dos bons índices, há 40 mil brasileiros na fila por um rim.

“Esses números comprovam que nossa cultura não é de prevenção, mas de tratamento. Normalmente, quando um paciente recebe o diagnóstico de insuficiência renal, sua situação já é crítica”, diz o coordenador do HC.

O governo federal confirma. Os gastos com doentes renais consomem 10% do orçamento anual do Ministério da Saúde.




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